1.1.14

Tem a palavra Anjos Fernandes

Falar sobre a sociedade dos nossos dias é como caminhar num deserto sem areia, num mar sem água.
A grandeza se perdeu e os valores humanos andam de mão em mão como o dinheiro. A grande maioria vive sem dignidade, prostituindo-se intelectualmente.
Este meu apontamento refere-se á falta de respeito pelos princípios que informam a vivência em sociedade.
Sempre existiram, na nossa sociedade, clãs geridos por patriarcas ou matriarcas. Nos dias de hoje a grande maioria desses clãs são tutelados pelos ingratos dos filhos controlando e manipulando os pais. Existem casos onde a violência física e maus tratos são triste realidade, sem que algo se faça para por cobro a este flagelo.
Hoje, a grande maioria dos jovens não conhecem o significado do respeito e da gratidão, entendendo que são apenas seres com direitos, mas sem obrigações, parecendo desconhecer que, para terem uma vida faustosa e sem sacrifícios alguém se sacrificou. Exploram e sugam até à medula pais e avós com a agravante de usarem a violência psicológica e por vezes até física.
Os relatos são muitos, mas são tão só a ponta do icebergue.
Mas, defendendo o clã, o velho, num espirito de proteção, sem olhar ao mal que lhe fazem, continua a ser ingénuo e cúmplice desta manipulação e violência psicológica, dando aos agressores aquilo que tem e não tem!
E quando gastos e sem sumo económico, os velhos são atirados para a lixeira, seja ela o lar, seja ela o abandono feroz.
Prisões sem grades e sem conforto humano. Pior que a morte, com certeza.
Os pais e avós servem tão só de amas-secas dos filhos dos outros, de restaurante e de banca sem fundo, vivendo a maioria dos jovens do parasitismo mais infame.
Mas, quando não vai de uma maneira vai de outra. Se a pressão psicológica não funciona, então é a violência física.
Este clã, supostamente dirigido pelos mais velhos, é autoritariamente conduzido por seres imaturos, irresponsáveis e malévolos, convictos de que a imundice se oculta no armário da falsidade.
Criados na abundancia, no adorno e como se fossem únicos e de suma importância, julgam-se seres a que tudo têm direito, tratando os pais como escravos.
Mas, o que temos de estranhar é que a sociedade e o estado aparam e fomentam este estado de coisas. São as
passagens sem saberem, são subsídios jovens, são apoios mais diversos, sendo eles tratados como algo inestimável.
E o curioso é que o homem ou mulher, continuam a ser tratados como crianças quando já vão nos vinte, trinta e até quarenta anos de idade.
No tempo da minha geração, quem não estudava tinha de angariar o seu meio de sustento e ajudar o agregado familiar.
É a sublimação da escravidão e da ingratidão, tendo-se o jovem tornado no verdadeiro chefe do clã, através da força. Uma ditadura, talvez a ditadura dos tempos modernos.
Como dizia o poeta, mudaram-se os tempos, mudaram-se as vontades.
Termino, com o mais sincero agradecimento àqueles filhos que bem tratam e acarinham os pais.
E apelo aos ingratos para que reflitam no seu néscio comportamento, e que pensem que um dia poderão ser tratados como lixo descartável
E não esqueçam que um pai é sempre pai. E a mais bela flor do mundo é o Amor de Mãe!
Todos Temos de Repensar Seriamente a Família.
Anjos Fernandes

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