Já experimentou, por ou desventura, aquela sensação desestabilizadora
de se encontrar frente a frente com uma pagina branca que terá de preencher,
não só com sabedoria, inteligência mas, se possível, com elegância?
Acontece, amiúde, a todos os estudantes do Mundo, acontece a qualquer
pessoa no momento da redacção e, vem acontecendo com estranha frequência a
qualquer funcionário publico do magico rectângulo luso.
Acontece na plasticidade de grandes artistas; grandes escritores se
viram confrontados com a essa dificuldade; gananciosos “tiveram” de reeditar
obras passadas, cantores com improváveis “come back” espalharam cretinice pelos
fãs com saudosista e, por vezes, parvo assentimento…
Não temos habito de escritos longos e diluídos; entendemos que o que se
“deve” dizer tem de o ser feito, tanto quanto possível, de forma sincera,
objectiva e resumida; em suma: concisa.
Mas como encontrar inspiração quando a vida só lhe trás mas noticias?
Quando ao cabo de uma longa e bem preenchida vida de trabalho,
profissionalmente bem sucedida – dizem – se encontra a contar “tostões” para
não cair no abismo da miséria económica?
Maldito €uro; maldita União €uropeia; maldito n€uliberalismo; malditos
todos os corruptos que sugam a nossa Pátria; malditos todos os badam€cos
políticos que nos levam ao desespero!
Posto isto, é milagre ainda estarmos aqui – mais mortos que vivos – a
manter o nosso contacto com a esperança de que um dia, de novo, vamos ser gente,
depois da Revolta!
Bordeaux, 16 de Janeiro de 2014.
JoanMira
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