No início do mês, Yanis Varoufakis dizia esperar que o Governo grego não tivesse que entrar num "dilema catastrófico" de escolher entre pagar os seus empréstimos ou pagar os salários e as pensões. Sem acordo à vista e numa altura em que o país parece aproximar-se da bancarrota, essa opção tem, contudo, que ser feita. E a Grécia já escolheu: preferiu a segunda.
Neste domingo, o ministro grego do Interior, Nikos Voutsis, anunciou que o país não vai pagar em junho a próxima prestação de 1600 milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI).
"As quatro prestações para o FMI em junho são de 1,6 mil milhões de euros. Este dinheiro não será entregue e não está lá para ser entregue”, declarou ministro Nikos Voutsis à TV local Mega.
Apesar das críticas dos credores que lamentam o "progresso lento" nas negociações, o ministro grego das Finanças garantiu que o país está a fazer tudo o que está ao seu alcance para chegar a um acordo.
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Não a um acordo com "condições humilhantes"
O primeiro-ministro helénico, Alexis Tsipras, defendeu por sua vez no comité central do Syriza no sábado, que a Grécia está na reta final das negociações, estando disposta a aceitar um "acordo viável" com os seus credores, mas não com "condições humilhantes".
Tsipras reiterou que o país não vai ceder em relação às "linhas vermelhas" que o governo definiu como a reforma do IVA e do mercado laboral.
O impasse negocial tem aumentado a tensão dentro do próprio Syriza. Segundo o jornal "Kathimerini", a plataforma de esquerda radical liderada pelo ministro helénico da Energia, Panayiotis Lafazanis, recusa-se liminarmente a aprovar um acordo que não salvaguarde as promessas eleitorais do partido.
A Grécia enfrenta problemas de liquidez, estando dependente do desembolso da fatia do empréstimo de 7200 milhões de euros.
Expresso - Portugal
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