30.5.15

Astronomia - Mira A vs Mira B



Ilustração mostra a enorme erupção na superfície da estrela gigante vermelha Mira A, tendo ao fundo sua companehira anã-branca, Mira B, lentamente roubando seu material
Foto: Katja Lindblom

Imagens em alta resolução feitas com o telescópio Alma permitiram a astrônomos observar pela primeira vez o que parece ser uma enorme erupção na superfície da estrela Mira, a mais próxima e famosa gigante vermelha no céu. Tal atividade em uma estrela deste tipo surpreendeu os cientistas, numa descoberta que pode ajudar a explicar como elas ajudam a moldar nossa galáxia e mesmo o surgimento de vida nela.


Mira, cujo nome significa “maravilhosa” em latim, na verdade é um sistema binário, isto é, com duas estrelas, designadas Mira A e Mira B, localizadas a 420 anos-luz da Terra na direção da constelaçao de Cetus (Baleia). Ambas têm massa parecida com a do Sol, mas estão em diferentes fases da evolução de astros parecidos com nossa estrela. Enquanto Mira A ainda está na fase de gigante vermelha, em que a estrela “incha” ao esgotar o hidrogênio que alimenta as reações em seu núcleo, antes de começar a fundir átomos de hélio, Mira B já é uma anã-branca, o resto denso e incandescente de uma estrela que já expeliu suas camadas externas durante a fase de gigante vermelha e parou de realizar reações nucleares. Assim, a aparente erupção vista pelos astrônomos foi na superfície de Mira A.


Estrelas gigantes vermelhas como Mira A, e talvez futuramente nosso próprio Sol, são componentes cruciais para o ecossistema de nossa galáxia. Ao atingir as últimas fases de sua vida, elas expelem suas camadas externas, que carregam alguns dos elementos mais pesados, isto é, outros que não hidrogênio e hélio, que as estrelas fabricaram em suas fornalhas nucleares durante sua existência. Estes elementos então acabam entrando na receita da formação de outras estrelas e planetas, e a maior parte do carbono, oxigênio e nitrogênio em nossos corpos tiveram-nas como fonte.

Em nosso solitário Sol, erupções como a vista em Mira A são alimentadas pelos seus próprios campos magnéticos, que se achavam serem fracos demais em gigantes vermelhas para provocarem tamanhos fenômenos. Mira A, no entanto, sugere o contrário.


Mira é um sistema chave para entendermos como estrelas como nosso Sol chegam ao fim de suas vidas e a diferença que faz para uma estrela idosa ter uma companheira próxima.

As  imagens permitiram aos astrônomos observar com mais nitidez como Mira B está “roubando” material de sua companheira, num processo que a pode levar  a explodir numa brilhante supernova no futuro.

O Globo - Brasil

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/sociedade/ciencia/astronomos-flagram-erupcao-em-estrela-gigante-vermelha-16307975#ixzz3bdeRv4Iz

Aucun commentaire: