29.12.12

Justica em Portugal: Uma história de pesadelo

Paulo Pereira Cristóvão provoca-me arrepios. Como agente da Polícia Judiciária viu-se envolvido em maus tratos a uma mulher presa por homicídio (o célebre caso Leonor Cipriano). Foi absolvido apenas porque o tribunal não conseguiu determinar quais dos agentes tinham cometido o crime de agressão. O seu superior - o também célebre e arrepiante Gonçalo Amaral -, foi condenado a pena suspensa por falsas declarações e o agente que escreveu o relatório falso a dizer que a mulher se tinha atirado das escadas abaixo foi igualmente condenado.
Numa sociedade normal, um agente da PJ com este historial de cobardia e encobrimento tinha a carreira arruinada. Não por cá. O senhor Cristóvão dedicou-se ao desporto. E chegou a vice-presidente do Sporting (nota sou sócio do SCP, mas nunca votei em qualquer eleição do clube). Nestas funções, já conseguiu ser acusado por sete crimes, a saber: burla qualificada, branqueamento de capitais, devassa por meio informático, peculato, acesso ilegítimo e denúncia caluniosa. Digamos que é obra!
Pois bem, numa entrevista que dá à edição de hoje do Expresso (e que confortavelmente li no meu iPad, recomendando também a sua leitura, para o que terão de comprar o jornal em qualquer das suas plataformas) para se defender, ataca tudo e todos da forma mais soez e cobarde que existe - Godinho Lopes, Luís Duque. Carlos Barbosa, Carlos Freitas, Eduardo Barroso, Rui Paulo Figueiredo, os 50 membros do Conselho Leonino, A Bola, o Jogo, o Record, um administrador deste jornal, o Benfica, o Porto e não sei se me escapou alguém.
Ora, o pesadelo é que este homem foi da PJ. E esteve anos na PJ com o poder que é próprio de um agente de investigação criminal. Não sei se a vós isto vos arrepia, mas para mim é uma história de pesadelo... Quantos mais haverá assim?
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