30.6.13

Texto - Diplomatico escândalo

Não há regulamentos, decretos ou leis que possam contrapor este básico e constitucional principio: o trabalhador deve receber o seu salário no local onde, por decisão dos seus superiores hierárquicos, se encontra a exercer funções. 
Vem isto a propósito da “guerra” entre Portugal e Andorra desencadeada, dizem, por falta grave do autor. Guerra entre Portugal e Andorra.doc 
Sintetizando, o Principado terá desenvolvido “agastada” pressão sobre o “Ministério dos Negócios Estranhos” de Paulo Portas, acusando o funcionário de não ter cumprido com protocolares obrigações. 
Sem querer aqui referir da razão que possa legitimamente assistir ao importante Estado andorrano, gostaria, apenas, de enfatizar o que é dito no intróito: o “faltoso” manteve-me em Andorra após o encerramento da embaixada de Portugal, acatando instruções da hierarquia, negociando com sucesso os interesses do seu Estado e transaccionando todas as operações de ultima hora que lhe foram demandadas. 
Ao cabo de dois meses de permanência suplementar naquele pais horrível e  sem receber o seu vencimento que, natural e “eloquentemente”, (segundo escreveu o Director Geral de Administração do MNE) foi transferido para o seu futuro posto e não tendo outro rendimento que o seu salário, o signatário começou a  ficar “teso”. 
Consequente e obviamente não teve dinheiro para legalizar a carripana, doada a uma filha noutro pais.
Como a sua filha também tem o grande defeito de ser pobre, ficou à espera que o pai lhe enviasse alguns carcanhois para pagar a legalização do carro. 
O pai esperava que o abrir de uma conta bancária no pais para onde iria era uma simples formalidade; depois transfeririaa o cacau, e a filha com placas do seu pais de residëncia, enviava de imediato as outras (andorranas) ao Principado de Andorra. 
Mas o previsto não aconteceu; o pai foi considerado “PEP” no pais de transferência (leia-se “Pessoa exposta politicamente”) e a esperada formalidade transformou-se em árdua missão burocrática, com a consequência de ter de esperar dois meses e meio para abrir conta bancária e, finalmente, poder transferir dinheiro para o sustento da família e pagamento da famigerada legalização! 
Em conclusão: o autor foi, no mínimo, acusado de não ter tido a prudência necessária para precaver a situação em que o colocaram: isto é ter poupado ainda mais alguns tostões para estar em condições de cumprir com todas as suas  obrigações; sem salário durante dois meses (muito para o “prevaricador”!), porque o Ministério, apesar de o ter obrigado a ficar em Andorra, enviou o “cacau” para o posto de transferência (a milhares de quilómetros), o “desregrado” foi acusado de “degradação das relações bilaterais entre os dois Estados”; foi acusado do possível  e mais que provável conflito armado entre os dois países… Parece ao autor ser um tanto exagerado para um mero, simples e cumpridor funcionário… Por este andar, quem sabe se um dia não será acusado das falcatruas e atitudes escandalosas que se passaram e passam em determinados sectores consulares e diplomáticos… 
O “culposo” aceita, antecipadamente, a pena de morte: reconhece merecê-la; não quer sequer comutação em pena de prisão perpétua, antecipando a infelicidade da hipótese do seu possível cumprimento em Andorra! Se for mesmo execução sumaria, até ficaria feliz de reencontrar, nos Céus, Pais, Amigos e Familiares; não deixaria, porém e antes, de tratar de “fazer a folha” a alguns FDP que poluem a vida das pessoas simples… 
Claro que os referidos elevar-se-iam sincronizadamente com os primeiros mas, subitamente, a sua trajectória desviar-se-ia para um sitio menos agradável, tal como uma piscina repleta de excrementos, onde ficariam com esses até ao pescoço, sendo que de quando em vez, repetidamente, guardas viriam com bastões bater-lhes na cabeça para que voltassem ao seu elemento natural, bebendo e comendo aquilo que são!
Não tem o cidadão incriminado nem fanatismos partidários, clubistas ou religiosos; admira seres autênticos e justos e gosta, também, de filosofia; nesta sua vida alongada, aprendeu a apreciar certas criaturas, quaisquer que sejam as suas convicções. Até conhece pessoas e animais racionais (ou não) que  merecem toda a consideração porque, dotados alguns, de inteligência e filosofia. 
O seu grande amigo do Rio foi e será o “Cristo Redentor”, com quem trocou muitos diálogos. 
E quando a sua hora chegar, não deixara de lhe dizer, num desabafo:  Cristo meu amigo, aceita esta derradeira mensagem: “Perdoa-lhes “Amigo do Corcovado, eles não sabem o que fazem…!” 
Rio de Janeiro, 23 de Maio de 2012. 
JOANMIRA

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