Regresso
De Orly
partem os navios
que se aconchegam
no sonho
e adormecem
nos lábios do delírio
Em Orly
as janelas abrem-se
sobre o azul
e é lícito
debruçar-se
sobre o mar
À Portela
chegam chegando
pesados comboios
de sono e medo
carregados dos cheiros
dos domingos de partida
Em Campanhã
ou nas Devesas
nas lágrimas do adeus
acaba o sonho
começa o mar
e o sono
quando
numa só lágrima
o Atlântico inunda
o boulevard Saint Michel
e a Ribeira
Antonio Barbosa Topa
23-06-2015
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