15.12.11

França: 'manifs' contra cortes no ensino de Português e fecho de consulados (vídeo)

No próximo sábado, dia 17, associações convocaram uma nova manifestação para a porta da embaixada de Portugal em França contra o fecho de três vice-consulados e a redução do número de professores.
Uma anterior manifestação, no mesmo local de Paris, no passado dia 7, chegou a ser comovente. Com crianças na primeira linha a gritarem "Português não deve morrer!" e a cantarem o hino nacional, duas centenas de pessoas protestaram nesse dia contra a supressão de postos de professores (ver vídeo no final do texto).
Os cortes no ensino da língua aos luso-descendentes chocaram os portugueses de França pela maneira brutal como foram feitos - em pleno ano escolar, deixando, segundo as contas de Carlos Pereira, diretor do Lusojornal, perto de três mil crianças sem aulas.

"Inacreditável"


"Cortar 20 professores em França e deixar quase três mil alunos sem aulas de Português em pleno ano escolar é inacreditável", comenta Carlos Pereira.
No próximo sábado, os organizadores (diversas associações) pensam reunir muitos mais manifestantes contra os cortes no ensino de Português, mas também contra o fecho de três vice-consulados em França - Clermont-Ferrand, Lille e Nantes.
No passado fim de semana, uma manifestação reuniu cerca de 700 pessoas no centro de Clermont-Ferrand contra o fecho das instalações consulares. Associações desta cidade do centro da França (região de Lyon) anunciam ir participar igualmente na próxima manifestação de Paris.
No quadro de uma reestruturação da rede diplomática, o Governo decidiu fechar sete embaixadas e cinco vice-consulados (dois deles na Alemanha, onde também se verificam protestos).
Os cortes no ensino e na rede diplomática e consular devem-se, segundo o Governo, às dificuldades económicas e financeiras que o país atravessa.

Queixa contra o Governo


Um "Coletivo para a Defesa do Ensino do Português", formado em França, anunciou ir apresentar queixa ao Provedor de Justiça contra o Governo português, por considerar que este está a violar a Constituição.
"O Governo viola o artigo 74 da Constituição no que diz respeito à obrigatoriedade do Estado de garantir o ensino da língua aos filhos dos emigrantes", declara Raul Lopes, porta-voz desta associação.

Veja o vídeo da manifestação (realizada dia 7 e não dia 14, conforme está legendado):



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