O ministro dos Negócios Estrangeiros andorrano, Gilbert Saboya, lamentou hoje que o Governo português «tenha chegado à situação de ter que tomar a decisão» de fechar a Embaixada em Andorra e espera que se mantenha uma «estrutura mínima consular» no Principado.
Após um encontro hoje à tarde com José Manuel Silva, o conselheiro da comunidade portuguesa em Andorra, Saboya acrescentou que, como não se trata de uma decisão política, mas de uma reestruturação de embaixadas e consulados, tem esperança que no futuro «haja uma estrutura mínima consular», para a qual o Governo e os representantes da comunidade portuguesa podem contribuir.
O ministro, citado pela agência andorrana ANA, lamentou o fecho da embaixada e da secção consular «porque há uma comunidade de residentes importante, que contribui para o crescimento económico, que está integrada e que já tem filhos de nacionalidade andorrana».
Lambrando que a decisão do Governo português não foi politicamente motivada, Saboya disse que Andorra vai continuar a manter «boas relações diplomáticas» com Lisboa e afirmou ainda que vê este encerramento como «uma suspensão temporária e que é necessário garantir que a comunidade portuguesa não fique sem assistência (consular)».
Em Andorra, vivem cerca de 13 mil portugueses (cerca de 20 por cento da população de Andorra), de acordo com Saboya.
Hoje, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, anunciou no Parlamento o encerramento de sete embaixadas, incluindo a de Andorra, quatro vice-consulados e um escritório consular.
À saída do encontro com Saboya, José Manuel Silva, afirmou que os emigrantes portugueses em Andorra poderão vir a receber assistência consular cerca de duas vezes por mês.
Segundo a ANA, o conselheiro português disse que essa assistência consular poderá acontecer se houver progressos nas conversações dos representantes da comunidade em Andorra com as autoridades portuguesas.
Depois de dizer que os portugueses se sentem «abandonados» pelo seu governo e decepcionados pela decisão do encerramento da Embaixada em Andorra, o conselheiro disse que agora é preciso conseguir uma «estrutura consular» para que os portugueses possam tratar dos trâmites administrativos sem terem de se deslocar a Barcelona.
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