Primeiro ponto: não pode pensar que vai para Angola para salvar a situação da empresa que tem em Portugal. Se vai, vá com a certeza de que tem «vantagens competitivas» para oferecer ao país. O conselho é de um dos autores do livro «Atribulações de um português a fazer negócios em Angola», que será apresentado esta quarta-feira, às 18h30, na Fnac do Fórum Almada.
Nuno Gomes Ferreira e Paulo Ferreira são economistas, mas quiseram escrever um livro para quem não é. Para isso, optaram por um diálogo entre um português, Ulisses, e um angolano, Nicolau. «O livro funciona como um GPS. Orienta-nos desde o embarque, a chegada a Luanda e qual o percurso para montar um negócio. Com três dimensões: económica, cultural e social». Explica-se, por exemplo, qual a importância da guerra colonial naquilo que define a Angola de hoje, disse à Agência Financeira Nuno Gomes Ferreira.
A viagem é a primeira etapa. A viagem do «primeiro ir e ver». Não a definitiva. «Não faz sentido levar o negócio montado de cá. Há ideia de que parceiro local pode ser útil. Mas é importante ir e conhecê-lo realmente. E ter em conta que estamos num país em que a grande chave está no petróleo. Sem um parceiro ligado ao petróleo ou ao Estado provavelmente não teremos sucesso».
Antes disso, previna-se: «Vamos para um país que está com algum nível de atraso ao nível de desenvolvimento e há atrasos na obtenção dos vistos. Devemos também ter alguns cuidados no que toca a vacinas, consumos de água, como nos apresentamos em Luanda - um traje muito formal pode trazer problemas e dissabores».
Já tem uma ideia de onde investir? O importante é fixar prazos. No curto prazo, a construção, infraestruturas, apoios aos serviços petrolíferos, serviços, telecomunicações, formação, banca saúde e tecnologia são áreas promissoras.
O médio e longo prazo implicam outra postura perante o negócio. «A revolução agrícola foi incompleta em Angola. Neste setor há uma grande oportunidade. Depois, nunca houve revolução industrual em Angola. Há muito boas oportunidades em três setores: calçado, vesturário e louça. Com tentativa de produção local, porque há muita escassez».
Se, por cá, os negócios devem estar virados para a exportações, já que a procura interna é cada vez menor por causa da crise e da austeridade, lá não: «É muito dificil pensar que se vai para lá para se fazer exportação, neste momento». Numa lógica de médio e longo prazo já é diferente ¿ aí podemos olhar para Moçambique como um bom ponto de chegada do que produzimos. É preciso, de qualquer modo, estar de olho no risco associado à África do Sul. «Há uma guerra diplomática entre os dois países e, do ponto de vista da exportação, a África do Sul está mais desenvolvida do que Angola».
Em matéria de contratos de trabalho, há várias hipóteses: «No caso de um português, o conselho que damos é que parte do vencimento seja paga lá e outra parte paga cá. A empresa portuguesa tem cumprir a admissão de um certo número de angolanos e de outro tanto de portugueses. Para quem é de lá, opta-se por um contrato de trabalho normal».
Tenha é presente uma coisa: «Não há uma cultura de trabalho em Angola, mas de ocupação. A produtividade de um quadro angolado é diferente», nota Nuno Gomes Ferreira. Pode encontrar «muitas dificuldades no plano formativo» ao contratar alguém lá, mas é preciso cumprir as normas.
Se esta é uma aventura que quer viver, reflita durante o verão. É preciso «esperar e ver o que vai dar processo eleitoral de 31 de agosto. Há efetivamente risco social em Angola. Não podemos ocultar este facto».
E não se esqueça que «Luanda é das capitais mais caras do mundo. Para arrendar casa, exigem-lhe muitas vezes um ano de renda adiantado. Não é um país à beira mar plantado como Portugal». Mas tem qualquer coisa que dá mais brilho aos olhos dos portugueses.
Nuno Gomes Ferreira e Paulo Ferreira são economistas, mas quiseram escrever um livro para quem não é. Para isso, optaram por um diálogo entre um português, Ulisses, e um angolano, Nicolau. «O livro funciona como um GPS. Orienta-nos desde o embarque, a chegada a Luanda e qual o percurso para montar um negócio. Com três dimensões: económica, cultural e social». Explica-se, por exemplo, qual a importância da guerra colonial naquilo que define a Angola de hoje, disse à Agência Financeira Nuno Gomes Ferreira.
A viagem é a primeira etapa. A viagem do «primeiro ir e ver». Não a definitiva. «Não faz sentido levar o negócio montado de cá. Há ideia de que parceiro local pode ser útil. Mas é importante ir e conhecê-lo realmente. E ter em conta que estamos num país em que a grande chave está no petróleo. Sem um parceiro ligado ao petróleo ou ao Estado provavelmente não teremos sucesso».
Antes disso, previna-se: «Vamos para um país que está com algum nível de atraso ao nível de desenvolvimento e há atrasos na obtenção dos vistos. Devemos também ter alguns cuidados no que toca a vacinas, consumos de água, como nos apresentamos em Luanda - um traje muito formal pode trazer problemas e dissabores».
Já tem uma ideia de onde investir? O importante é fixar prazos. No curto prazo, a construção, infraestruturas, apoios aos serviços petrolíferos, serviços, telecomunicações, formação, banca saúde e tecnologia são áreas promissoras.
O médio e longo prazo implicam outra postura perante o negócio. «A revolução agrícola foi incompleta em Angola. Neste setor há uma grande oportunidade. Depois, nunca houve revolução industrual em Angola. Há muito boas oportunidades em três setores: calçado, vesturário e louça. Com tentativa de produção local, porque há muita escassez».
Se, por cá, os negócios devem estar virados para a exportações, já que a procura interna é cada vez menor por causa da crise e da austeridade, lá não: «É muito dificil pensar que se vai para lá para se fazer exportação, neste momento». Numa lógica de médio e longo prazo já é diferente ¿ aí podemos olhar para Moçambique como um bom ponto de chegada do que produzimos. É preciso, de qualquer modo, estar de olho no risco associado à África do Sul. «Há uma guerra diplomática entre os dois países e, do ponto de vista da exportação, a África do Sul está mais desenvolvida do que Angola».
Em matéria de contratos de trabalho, há várias hipóteses: «No caso de um português, o conselho que damos é que parte do vencimento seja paga lá e outra parte paga cá. A empresa portuguesa tem cumprir a admissão de um certo número de angolanos e de outro tanto de portugueses. Para quem é de lá, opta-se por um contrato de trabalho normal».
Tenha é presente uma coisa: «Não há uma cultura de trabalho em Angola, mas de ocupação. A produtividade de um quadro angolado é diferente», nota Nuno Gomes Ferreira. Pode encontrar «muitas dificuldades no plano formativo» ao contratar alguém lá, mas é preciso cumprir as normas.
Se esta é uma aventura que quer viver, reflita durante o verão. É preciso «esperar e ver o que vai dar processo eleitoral de 31 de agosto. Há efetivamente risco social em Angola. Não podemos ocultar este facto».
E não se esqueça que «Luanda é das capitais mais caras do mundo. Para arrendar casa, exigem-lhe muitas vezes um ano de renda adiantado. Não é um país à beira mar plantado como Portugal». Mas tem qualquer coisa que dá mais brilho aos olhos dos portugueses.
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