27.7.12

União €uropeia: a lei da selva


Metelo

António Perez Metelo questionou no seu habitual comentário na 25ª Hora da TVI24 se a «lei da selva» é a «racionalidade» para a saída da crise, referindo-se aos baixos salários que já são oferecidos a trabalhadores altamente qualificados e à sugestão da OCDE em acabar com as extensões dos contratos coletivos.

Numa análise da situação atual portuguesa, o comentador questionou se é aceitável que
«arquitectos e engenheiros diplomados» recebam e aceitem ofertas nos centros de emprego de salários de 500 euros mensais.

«Qual é a racionalidade disto?», interrogou-se. «Não me venham com a história da racionalidade», apontou. «Eu acho que se a lei da selva dá anúncios de oferta de emprego nos centros de emprego destes, meus caros amigos, estamos completamente perdidos», frisou, considerando que «não é possível ter um discurso a dizer que precisamos de ser qualificados (...) e depois vermos este estendal vergonhoso de coisas que pelos vistos as autoridades acham normalíssimas».

Em seguida lançou outra questão: «Qual é a racionalidade da OCDE sugerir que acabem a extensões dos contratos colectivos?». «Passa a ser a lei da selva», disse. «É a lei da selva que é a racionalidade?».

«O puzzle para a nossa saída da crise está completamente desajustado. As peças não jogam umas com as outras», atirou o comentador.

António Perez Metelo falou também sobre a situação de incerteza em que se encontra a Europa, de forma especial a Grécia, onde considera que os sacrifícios atingiram todos os limites.

«Nem se sabe muito bem se a Grécia está em condições ou dá sinais de poder vir estar em condições de dar a volta», apontou. «As pessoas têm um limite que não é ilimitado de sacrifícios, estão há cinco anos a ver a sua vida a andar para trás».

Os problemas que enfrentam a Espanha e a Itália também foram objecto das dúvidas do comentador, que assinalou que até o pacto orçamental europeu e o novo fundo de estabilização permanente ainda não estão assegurados.

«O Tribunal Constitucional alemão adiou para 12 de setembro a sua decisão para saber se acha que estas medidas são constitucionais», frisou.

«Vamos para férias e vamos sair de férias ainda com grandes perplexidades», concluiu.
 

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