25.8.13

Texto - Processo disciplinar



Quase ao fim de uma carreira consular exemplar e sem manchas, eis que me vejo confrontado com o anuncio de que vou ser alvo de processo disciplinar! 
Qualquer arguido tem o direito de saber do que é acusado; mas não, a lacónica acusação apenas refere que o dito foi instaurado e, “mai” nada… Ou queria eu ter o privilégio de saber o porquê do porquê?! 
Perco-me em conjecturas. Como costuma dizer o “Cara do Corcovado”: “O qué que foi, o qué que fiz…? 
O instrutor “do julgamento” estando ausente de férias, só me resta fazer imenso esforço de imaginação para tentar perceber tão grave e dramática acusação. 
E verdade que, em tempos, fui considerado responsável de uma guerra atroz entre Portugal e Andorra por não ter remetido a tempo e a horas as placas “diplomáticas” da minha carripana… 
E verdade que também não fui nada simpático com o “Zé Augusto”, DGA do momento, a que desejei mergulhar numa piscina de excrementos…mas nada de grave, foi só a reacão de me terem mantido a trabalhar em  Andorra enviando, durante dois meses,  o meu salário para o Rio de Janeiro…Nada mais. 
Nessa ocasião recebi uma repreensão escrita que aceitei com toda a dignidade! 
Mas agora, o quê?... 
Sinceramente, não sei! Terá sido por me queixar no roubo cada vez mais insistente ao meu salário? 
Será por ter denunciado a injustiça na Sociedade portuguesa? 
Será por ter dito que em certos consulados, gerais e honorários o roubo continua? 
Será por ter dito que o novo ministro de estado e dos negócios estranhos, roubou os Portugueses através da compra de acções a preço doloso? 
Será, será, será?...  
Felizmente tenho amigos simpáticos que são solidários com a dor imensa. Não é Henrique de Almeida? Você me desculpa: eu não sou politico, vivo com muitas dificuldades financeiras e o meu único lazer é escrever através deste blogue. Nelo expresso as minhas inabdicáveis mas não “irrevogáveis” ideias. 
A Revolta continua! 
Bordeaux, 25 de Agosto de 2013.
 
JoanMira

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