Até compreendo a aflição em que muitos compatriotas se encontram.
Até compreendo a inveja que possa ter do “emigra” que chega a
Portugal, preferencialmente no verão, exibindo o que pensa ser a sua posição
social: um imenso “carrão”!...
Compreendo tudo isso, porque ele é também vitima; compreendo a miséria
em que vive o Povo Português, tanto mais insuportável que os cada vez mais ricos,
que abundam no rectângulo, ofendem todos os pobres ao seu redor.
Compreendo, compreendo e, de quando em vez, voltando ao meu estado
natural, deixo, ou quero deixar, de compreender…
Estamos virados para um futuro sem esperança; estamos num presente
odioso, num ciclo de privilégios que tem exemplos no passado, exacerbado no
presente e que prediz muita violência num futuro próximo.
A Natureza tem sempre aquela razão que, de vez em quando, ousa uma
incursão nos nossos pesadelos.
Lisboa foi testemunha, em 1755 , do que os reequilíbrios – necessários
– podem advir. Lisboa, Porto, Portugal, estão mais há beira do precipício do
que se pode imaginar!
Precipício tectónico, popular, divino?
Amigo, Cara do Corcovado, diz-lhes e perdoa-lhes; muitos deles, presumidamente
sapientes, não realizam todo o mal que estão a fazer.
Ah...Amigo, e ja agora, sê justo. Poupa os inocentes … (excusado sera dizer)
Bordeaux, 20 de agosto de 2013.
JoanMira
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