HELP !
Armacão de Pêra, Algarve, Portugal, 24-10-2011
Céu azul pastel, sol quente, tempo de praia infinito,
Curtindo a brisa de um verão duradoiro, ai estou eu
Feliz, descontraído em pensamentos efémeros de
Uma estacão inesperada e encantadora! Algarve!…
Já me o tinham dito: quando tudo esta bem o que possa
Acontecer, nunca poderá ser melhor… Mas, longe de
Mim a ideia de qualquer drama imprevisivel; Refrescar
E deliciar-se com a frescura salgada do sol, pedia-se.
Costa algarvia habitada, na época, por inúmeros
Estrangeiros; normal; e tendo eu pele nórdica, não raras vezes
Os “indígenas” se me dirigiam em línguas estranhas e muito
Parecidas com o inglês…
Língua que pouco falo mas que entendo por ser fã de
Algumas “bandas” que cantam sentimentos bárbaros com
Encantadoras e doces melodias que ficam na nossa memoria.
De repente, vindo daquele mar tranquilo, oiço: “help”!
“Help!”…o ressaco das ondas introduziu duvidas entre sonho
Ou rebentamento do mar…mas o grito soou de novo, “Help!”
Tirando-me daquele “farniente” tão agradável; era uma voz
Juvenil transformada em cabeça que emergia das ondas.
Avancei na corrente traidora, imaginando o naufrágio de um
Ser que agoniava a escassos metros da praia; nem reflectia,
Avançava, receoso, contra o mar que todos levava a poente
Em direccão de Albufeira; mas as hipóteses eram remotas…
Quis o destino que uma onda mais forte arrastasse aquele ser ao
Meu alcance; mais um ultimo esforço e… salvei-o pelas pontas
Dos dedos… não mais o larguei… Chegamos à praia e conseguiu
Com o resto de fôlego, dizer: “thank you” repetidas vezes, exausto;
O fôlego não dava para mais… Fiquei a saber que percebia inglês…
Rio de Janeiro, 21-03-2012
JMIRA
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