Aproveitar a oportunidade enquanto dura e seguir as tendências do mercado de trabalho são os objetivo dos emigrantes portugueses que chegam ao Brasil sem data marcada para voltar à terra natal.
Os motivos para a indefinição, no entanto, são diferentes: há portugueses que decidiram estabelecer-se no Brasil, existem os que querem voltar logo que for possível e ainda os que deixam a decisão para mais tarde.
"Vou estar aqui tanto tempo quanto queira e faça sentido. Mudamos tanto que, invariavelmente, esses prazos e metas não se cumprem", afirma o engenheiro e gerente de negócios de uma empresa de marketing digital, Ricardo Croner Bastos, 32 anos.
Bastos desembarcou no Brasil em junho de 2011, após um ano sabático em que fez um MBA em Setúbal. Antes disso, trabalhou e estudou na Alemanha e na Inglaterra. "Quando estava em Portugal, na minha casa, pensei em ficar. Mas a crise instalada no país espanta essa vontade", conta.
O arquiteto Marcos Abreu, 28 anos, saiu do Porto e chegou ao Brasil há cerca de um mês, mas já traça uma meta temporal para o seu regresso. "Penso em ficar uns dois, três anos, até a situação em Portugal melhorar", conta.
Ao mesmo tempo, Abreu realça que tem um "desafio novo" em São Paulo, pois vai assumir a coordenação de projetos, e os rumos profissionais podem tornar uma ideia definida em algo incerto: "Só o futuro me dirá", completa.
Já empresário Miguel Gonçalves Português de Assis, 33 anos, quer fincar raízes no país americano. Sócio do irmão numa empresa que organiza eventos internacionais, mudou-se para São Paulo em julho do ano passado, com a mulher, para abrir uma nova sede do negócio.
Sem pensar em voltar para Portugal, Assis diz esperar ter filhos brasileiros. "O Brasil é um país que agora sorri para pessoas empreendedoras, mas elas têm de trabalhar bastante", afirma.
Para ajudar os compatriotas a enfrentar a falta de informação e a burocracia brasileiras, criou o grupo "Nova Geração de Patrícios" no Facebook, sem fins lucrativos, que conta com trocas de experiências entre portugueses. A página, que começou com 20 membros, conta hoje com mais de 1.350 pessoas.
Felizes os que cotinuam a "sobreviver" em Portugal; alguns (muitos?) à sombra da bananeira!
Aucun commentaire:
Enregistrer un commentaire