Quando estava em campanha Pedro Passos Coelho criticou os sacrifícios exigidos aos portugueses. E disse, curiosamente no dia 1 de Abril de 2011: "eu já ouvi o primeiro-ministro dizer infelizmente que nós queríamos acabar com muitas coisas e também com o 13º mês mas nós nunca falámos disso e isso é um disparate".
A 17 de Outubro de 2011, depois de ter feito o que era "um disparate" antes dos portugueses irem a votos, o ministro das Finanças disse: "o corte no subsídio de férias e de natal é temporário e vigorará durante o período de vigência do programa de ajustamento económico e financeiro e o período de vigência desse programa acaba em 2013".
A 4 de Abril de 2012 o primeiro-ministro disse: "A partir de 2015 haverá reposição desses subsídios. Com que ritmo e velocidade não sabemos". Antes de assumir esta alteração de prazos vários membros do governo ainda tentaram convencer os portugueses que nunca se tinham comprometido com a reposição dos subsídios em 2014.
Foi agora anunciado que essa reposição será feita às pinguinhas. Ou seja, o corte que era um disparate antes das eleições foi feito depois das eleições. Com o compromisso de voltarem a ser pagos em 2014. Nem serão pagos, na realidade, em 2015.
O governo falhou duas vezes o compromisso com os portugueses. Antes de ter o voto, prometeu que não faria o que fez. Antes da aprovação do orçamento, comprometeu-se com uma data que não vai cumprir. Em nenhum dos casos assumiu as suas mentiras.
"Como é possível manter um governo em que um primeiro-ministro mente?" A pergunta foi feita por Passos Coelho referindo-se a José Sócrates. Era justa na altura. É justa agora.
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