A mentira faz parte da nossa vida; somos todos
mentirosos, a diversos titulos; todos a aplicamos no nosso dia a dia, até porque
ela é essencial às relações humanas; paradigmática, ela exerce-se nas relações
entre Estados, como entre seres humanos.
Posto isto, a mentira deve ser qualificada a
diversos graus de objectividade;
Existe a mentira por omissão simples; aquela em que
o nosso cérebro cansado aceita, com automatismo, todo e qualquer facto dito adquirido
que não deturpe a verdade fundamental.
Existe, também, a omissão dolosa: aquela em que o
nosso espírito, sabendo da inveracidade dos factos, deles se serve com premeditado
e cúmplice interesse.
Existe, por fim, a mentira patológica: quem a
pratica, tampouco pode ser considerado deturpador, porque o próprio não tem condições
psicológicas nem para ajuizar da “peta”, nem para perceber da sua interpretacão.
Temos todos os dias na comunicação social vários exemplos
desta omissão dolosa ou patologica; “o autor não mentiu, o espectador é que é
surdo ou um tanto analfabeto!”. Aquilo que ele ouviu naquele momento,
passados alguns momentos, com a poluição dos ruídos do Mundo, transformou-se
naquilo que quis ouvir.
Tanto tenho eu pensado ouvir todas estas formas de
assercões que decidi ir consultar um especialista, não tenha eu “conquistado” um
cancro nas orelhas!
Mas passemos sobre estes casos benignos; é de
difícil compreensão a mentira permanente, insistente e patológica em que o
mentiroso tende a fazer crer que é mais esperto que o interlocutor, tentando-o reduzir
a analfabeto; quem a recebe, o tal “analfabeto” reduz-se ao que anteriormente
foi dito, por conforto para evitar conflitos ou na esperanca de tentar
compreender um espírito superior ao seu.
Mas, para quem é das classes populares e perceba o
que se trama e que deteste as injustiças, pode-lhe vir ao espírito a imagem do século
XIX, do Bordalo Pinheiro:….
Sem ir tão longe, e na gíria actual, também pode
apetecer dizer em voz muito alta: FOD@-SSE!!!
Rio de Janeiro, 16 de Outubro de 2012
JoanMira.
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