Acorrentados pés e mãos para o resto da vida, atirados para o corredor da morte sem provas nem julgamento. A sobrelotação das prisões de Juba e Rumbek, no Sudão do Sul, acaba por ser o menor dos problemas para quem está ali recluso. À total ausência de cuidados de saúde, de saneamento ou se acesso a uma alimentação, junta-se a condenação sem acesso a defesa jurídica.
As detenções arbitrárias e o crime estão aqui de mãos dadas, os Direitos Humanos longe de serem cumpridos, conforme indicou o relatório de 2012 da organização Human Rights Watch. Este mês, uma funcionária das Nações Unidas que investigava a não aplicação dos Direitos Humanos no país foi expulsa e considerada persona non grata pelo governo sudanês. Foi acusada de produzir relatórios «antiéticos» e «não confirmados» pelo porta-voz do governo.
Uma reportagem fotográfica da EPA - European Pressphoto Association - mostra a miséria humana do mais novo país do mundo. Falta tudo, a começar pelo direito a ser inocente.
Smile Tombek, 33 anos, é um desses exemplos no Estabelecimento Prisional de Juba. Foi condenado a 14 anos de prisão sem julgamento, juntamente com as suas três irmãs, acusado de um homicídio que diz não ter cometido. «Alguém foi assassinado e toda a nossa família foi acusada disso e foi presa. Desde essa altura, nunca tive a oportunidade de falar com ninguém, como um advogado», relatou a EPA. Os exemplos de casos sucedem-se.
Os detidos que são acusados ou condenados por homicídio são acorrentados durante longos períodos de tempo, muitas vezes para sempre, por vezes em conjunto. O castigo corporal é usado como «disciplina» e há relatos de presos espancados com bastões e chicotes por desobediência a guardas prisionais.
O Sudão do Sul foi declarado independente a 9 de julho de 1011 e tem cerca de oito milhões de habitantes.
TVI24
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