Vasco Lourenço acusa o Governo de estar a empobrecer o país de forma «intencional» e ao serviço do capital financeiro internacional, o que classifica de «criminoso».
«É criminoso. Na minha opinião, não é falta de competência, porque eu não quero acreditar que eles [o governo] sejam tão estúpidos que não percebem que assim não atingimos a recuperação mantendo o bem-estar da população», afirma.
Em entrevista à agência Lusa, o «capitão de Abril» mostra-se convicto de que o empobrecimento do país é intencional, fruto de uma ideologia neoliberal que quer «empobrecer o povo, provocar desemprego, criar a situação de terra queimada para a seguir tentar plantar de novo começando quase do zero».
Para Vasco Lourenço, a prossecução desta política vai gerar situações «absolutamente degradantes», como o aumento dos suicídios, da emigração e a destruição do país.
«Por isso, não os considero absolutamente nada patrióticos. Estarão ao serviço do capital financeiro internacional. Ao serviço do nosso país eu penso que não estão».
Na lógica do destruir para plantar de novo, o responsável não tem dúvidas de que os novos «agricultores» seriam empresas estrangeiras, uma vez que já se está «a vender ao desbarato e a retalho o país».
Vasco Lourenço lamenta que o Governo diga «ufanamente que as exportações estão a aumentar e encubra que a grande fatia das exportações é o ouro que está a ser comprado às pessoas» e que depois é fundido e exportado.
O «capitão de Abril» não tem dúvidas de que Portugal está mais perto da ditadura do que da democracia.
«Quando pegamos na Constituição e dizemos, como disse Miguel Relvas aqui há uns tempos, que em momentos de crise a constituição é um ‘fait divers’, um pormenor, quando o Tribunal Constitucional toma determinadas atitudes e o executivo não liga, quando se defende abertamente que se devia acabar com o Tribunal Constitucional, porque o Governo deve estar acima de tudo isso, são situações de ditadura e não democracia».
O «ditador» é, na opinião de Vasco Lourenço, o «capital financeiro que está cego pelo lucro intensivo e imediato e não vê que está a matar a sua própria galinha dos ovos de ouro».
Mas alerta que «vem aí a revolta dos escravos» e que por este andar haverá violência.
«Eu só espero que quer as forças de segurança quer as forças armadas não aceitem ser instrumentos de repressão perante a população quando ela se revoltar, porque provavelmente os ditadorezinhos vão tentar impor a sua vontade».
Lusa/SOL
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