17.8.11

Manifestantes concentram-se criticando gastos públicos na visita de Bento XVI


Centenas de pessoas estão concentradas na praça Tirso de Molina, no centro de Madrid, no arranque de uma manifestação contra os gastos públicos associados à visita de Bento XVI, com cartazes onde se lê "dos meus impostos ao Papa, zero".
Os organizadores do protesto, que se afirmam defensores do Estado laico, prepararam um cartaz gigante onde colocam frente a frente fotos de Bento XVI e do escritor Stéphane Hessel, um dos inspiradores do movimento dos indignados, conhecido como "movimento 15M".
Ainda que o protesto de hoje não seja convocado pelo Movimento 15M as referências ao protesto que marcou o centro de Madrid durante um mês e meio evidencia-se nesse cartaz.
"Choque de titãs. O Combate espiritual do século XXI", lê-se nesse cartaz entre muitos outros onde se incluem mensagens em defesa do aborto e se critica a "riqueza" da viagem de Bento XVI "quando milhões morrem de fome no mundo".
Entre os participantes contam-se pessoas com a bandeira do arco-iris, símbolo da comunidade homossexual e até pelo menos um cura, representante das Redes Cristãs, uma das organizações que critica os gastos excessivos da visita de Bento XVI.
"Ratzinger, vemo-nos no Inferno", é outro dos cartazes que se pode ver no meio do protesto onde se ouvem batucadas e gritos contra a visita de Bento XVI.
"É um gasto exagerado para esta visita. Especialmente com a crise", explica uma mulher, que veio com o filho ao protesto de hoje.
"Dão descontos aos peregrinos para comer e para viajar. E os desempregados jovens espanhóis?", critica outro jovem que confessa ter estado na Puerta del Sol, no protesto dos "indignados" pelo menos "alguns dias".
Imagens do protesto estão a ser distribuídas pelas redes sociais, com o twitter a multiplicar mensagens com a 'tag' #madridsinpapa.
Os organizadores estimam que até 5.000 pessoas possam participar no protesto que incluirá uma passagem pela Puerta del Sol. No arranque do protesto alguns admitem que esse número pode ser superado.
O itinerário foi alvo de intensa polémica porque as rotas propostas inicialmente pelos organizadores foram recusadas pelo Governo.

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