19.8.11

Venezuela: Chávez nacionaliza exploração de ouro

Hugo Chávez vai fazer regressar à Venezuela as reservas de ouro depositadas nos bancos europeus e norte americanos.
O Presidente venezuelano anunciou ontem que irá nacionalizar a atividade de exploração de ouro, acrescentando que o país tem "12 ou 13 mil milhões de dólares em ouro".

Hugo Chávez afirma que "a Venezuela tem uma das maiores reservas mundiais" em ouro, bauxita, ferro e pedras preciosas, a sul do Rio Orinoco em Bolívar, e que irá "converter isso em reservas internacionais, porque o ouro continua a aumentar de valor".

As reservas de ouro venezuelanas ascendem a 364 toneladas, avança o Banco Central da Venezuela (BCV). Numa resolução emitida a 5 de maio de 2009, o BCV estabeleceu que 70% do ouro extraído legalmente no país deve ser usado internamente e apenas 30% poderá ser exportado.

A nacionalização toma forma no âmbito da Lei Habilitante, que permite ao Presidente venezuelano legislar através de decreto. Ao que tudo indica, esta nacionalização permitirá ao Governo combater a atividade mineira ilegal.

Reservas depositadas na Europa e EUA regressam ao BCV


Segundo Hugo Chávez anunciou ontem num contacto telefónico com a estação estatal da TV do país, as reservas de ouro depositadas em bancos europeus e norte-americanos e equivalentes a 11 mil milhões de dólares (cerca de 7680 milhões de euros) vão regressar ao Banco Central da Venezuela.

Com esta medida, o Governo venezuelano pretende salvaguardar o país repatriando os seus ativos, neste caso o ouro, de forma a protegê-los da crise económica que está a afetar a Europa e os EUA.

No caso das reservas em dólares, Nelson Merentes, presidente do BCV, confirmou ontem numa conferência de imprensa que estas teriam sido transferidas dos bancos europeus e norte-americanos para bancos na China, Rússia e Brasil, também com o intuito de proteger estes ativos das oscilações económicas.

Marentes sublinhou: "Queremos reafirmar que esses recursos, que são da nação e do povo venezuelano, foram mobilizados no estrangeiro para diversificar a carteira. O povo venezuelano deve estar tranquilo porque são medidas para salvaguardar os interesses nacionais". 

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