29.8.11

Sendo verdade, Argélia afasta-se um pouco mais do mundo civilizado

A mulher Safia Kadafi (esq. superior), os filhos Hannibal (dir.) e Mohammed (esq. inferior), e a filha Aisha (esq.). Foto: AFP A mulher Safia Kadafi (esq. superior), os filhos Hannibal (dir.) e Mohammed (esq. inferior), e a filha Aisha (dir.)
Foto: AFP


A mulher do coronel Muammar Kadafi e três filhos do líder líbio entraram esta segunda-feira na Argélia, anunciou o Ministério das Relações Exteriores argelino.
"A mulher de Muammar Kadafi, Safia, sua filha Aisha, seus filhos Hanibal e Mohammed, acompanhados dos filhos destes, entraram na Argélia às 8h45 (4h45 de Brasília) pela fronteira com a Líbia", indicou o ministério em um comunicado divulgado pela agência de notícias APS, sem apresentar maiores detalhes sobre o ex-homem forte líbio.
"Esta informação foi transmitida ao secretário-geral das Nações Unidas, ao presidente do Conselho de Segurança e a Mahmud Jibril, presidente do conselho executivo do Conselho Nacional de Transição líbio", acrescentou o ministério em um comunicado.
Em resposta ao anúncio do ministério argelino, o Conselho Nacional de Transição (CNT) afirmou que vai exigir a extração dos membros da família Kadafi e que abrigá-los é um "ato de agressão" à Líbia.
Na manhã desta segunda-feira, o Ministério argelino das Relações Exteriores havia publicado um primeiro comunicado no qual anunciava a realização de um encontro, à margem da Liga Árabe, entre seu ministro Morad Medelci e Mahmud Jibril, a pedido deste último.
A Argélia, que afirma ter uma posição de "estrita neutralidade" no conflito líbio, foi acusada por alguns rebeldes de apoiar o regime de Kadafi.
Líbia: da guerra entre Kadafi e rebeldes à batalha por Trípoli
Motivados pelos protestos que derrubaram os longevos presidentes da
Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em fevereiro para contestar o coronel Muammar Kadafi, no comando desde a revolução de 1969. Rapidamente, no entanto, os protestos evoluíram para uma guerra civil que cindiu a Líbia em batalhas pelo controle de cidades estratégicas de leste a oeste.
A violência dos confrontos gerou reação do Conselho de Segurança da ONU, que, após uma série de medidas simbólicas, aprovou uma polêmica intervenção internacional, atualmente liderada pela Otan, em nome da proteção dos civis. No dia 20 de agosto, após quase sete meses de combates, bombardeios, avanços e recuos, os rebeldes iniciaram a tomada de Trípoli, colocando Kadafi, seu governo e sua era em xeque. Na dia 23 de agosto, os rebeldes invadiram e tomaram o complexo de Bab al-Aziziya, em que acreditava-se que Kadafi e seus filhos estariam se refugiando, mas não encontraram sinais de seu paradeiro. De acordo com o CNT, mais de 20 mil pessoas morreram desde o início da insurreição.

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