30.8.11

Benfica no poleiro apesar do nevoeiro

Nacional-Benfica
E à terceira jornada, aí está a liderança pedida na véspera por Jorge Jesus, ainda que partilhada com o Braga e à condição, porque o principal rival, o FC Porto, ainda tem um jogo a menos. Um Benfica de uma eficácia cirúrgica passou ontem no difícil terreno do Estádio da Madeira, vencendo o Nacional por 2-0, num jogo que teve duas interrupções ainda na primeira parte devido ao intenso nevoeiro que escondeu momentos da história. Os encarnados mostraram solidez defensiva e terminaram a partida sem sofrer golos, interrompendo uma série de 12 jogos consecutivos no campeonato a serem batidos. E, no ataque, colocaram-se em vantagem ao primeiro remate à baliza, como que a vingarem-se do desperdício da passada quarta-feira, frente ao Twente.
Jorge Jesus apresentou na Madeira praticamente a mesma equipa que lhe tinha dado a melhor exibição da época, trocando apenas o lesionado Garay por Jardel. Do lado do Nacional, cuja semana europeia foi bem mais infeliz (derrota por 3-0 em Birmingham e eliminação da Liga Europa), Ivo Vieira mexeu no esquema habitual, deixando na gaveta o 4x4x2 e apresentando-se em 4x3x3, de forma a bloquear o fortíssimo meio-campo encarnado e evitar as subidas dos laterais. No primeiro acto do jogo, os 12 minutos até à primeira interrupção, o plano resultava em pleno. Mais agressiva, a formação madeirense vestiu um colete de forças ao Benfica e aproveitava cada bola ganha no meio-campo para lançar ataques venenosos. Candeias avisou logo aos 2' e Mateus perdeu a melhor chance cinco minutos mais tarde, valendo às águias a defesa de Artur - que diferença em relação a Roberto na época passada!
Esta primeira paragem de jogo - de cerca de três minutos - acabou por cortar o ímpeto ao Nacional e o Benfica foi crescendo aos poucos. E na primeira jogada em que conseguiu chegar à área contrária, fez golo. Gaitán surgiu solto na direita e, com espaço, cruzou à medida da boa cabeçada de Cardozo, que aproveitou a apatia de Felipe Lopes para atirar picado, batendo pela primeira vez Elisson em jogos na Choupana. Os encarnados tinham quase a mesma equipa de quarta-feira, mas muito mais eficácia; desta vez, somaram apenas dois remates à baliza em toda a primeira parte (ambos por Cardozo) e chegaram ao intervalo a vencer, mesmo estando longe de serem brilhantes.
A ganhar, o Benfica pôde jogar como tanto gosta: em transições ofensivas rápidas, aproveitando os espaços que o Nacional teria forçosamente de abrir na procura do empate. Até ao intervalo, tal nunca aconteceu, pois os madeirenses continuaram compactos e solidários, embora sem arte para furar a defesa encarnada. A equipa lisboeta aproximou as suas linhas e raramente passou problemas na defesa, onde o tantas vezes criticado Jardel fez esquecer completamente Garay - o número 33 não tremeu e mostrou confiança com a bola nos pés, contribuindo para que a dupla que fez com Luisão tenha conseguido chegar ao fim do jogo sem consentir golos, algo inédito.
A segunda parte começou da mesma forma, embora Jorge Jesus tenha trocado o inoperante Nolito - fez a exibição mais discreta desde que chegou à Luz - pelo seu jogador fetiche, Bruno César. As águias continuavam longe da baliza contrária e limitavam-se a manietar o Nacional, impedindo Artur de passar por grandes problemas. A expulsão de João Aurélio, aos 62', acabou por libertar os criativos do Benfica. Gaitán deitou para trás as últimas exibições mais discretas e foi abrindo o livro, com lances sucessivos a semear o pânico na defesa madeirense. Luisão, por duas vezes, Cardozo e Bruno César tiveram nos pés oportunidades para matar o jogo, mas falharam na hora do remate e o Nacional foi acreditando. No último canto a seu favor, os adeptos da casa empertigaram-se, mas o lance acabou por terminar na baliza contrária: a arrancada do pesado Bruno César foi totalmente inesperada, mas o brasileiro beneficiou da passadeira estendida pela defesa do Nacional para correr uns bons 70 metros com a bola e dar uma sobremesa aos adeptos do Benfica, marcando o segundo golo cinco minutos depois dos 90'.
O Jogo

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