DIALOGOS COM O CRISTO
17-09-2012
“-Pai Nosso que estas no Céu, santificado…”
Interrompeu-me,
abruptamente, uma voz de trovão…
”- Que é
isso oh meu. Que tens, que se passa Amigo de entre todos os ateus?
“- Desculpa, Amigo do Corcovado, era só para chamar a tua atenção... Bem
sei que me admitiste como Amigo, não obstante a minha falta de fé. Mas,
acredita, precisava reatar o nosso dialogo.
“- Mas com quinquagésimo trovão do filho mais velho! Precisavas desse
estratagema para falar comigo?! Ou não te tenho dado todo o apoio desde que
chegaste ao Rio de Janeiro? Mas... até sei
a razão da tua chamada: a situação em Portugal, né? “
- Amigo do Corcovado, devo Reconhecer que nos, portugueses, estamos no
limite de não saber se, resignados, devemos continuar a protestar com convicta
indignação ou se devemos enveredar por partir tudo; temos suportado
estoicamente, como ratos de laboratório, todas as experimentações da corja
detentora do governo em Portugal; faz muitos anos que temos vindo a aceitar,
sem reagir o assalto permanente e continuo do grande capital aos nossos míseros
salários e reformas; quanto mais nos tiram, sem reacção nossa, mais nos
continuam a tirar e chegou o tempo em que, nada mais nos podendo roubar, nos
resta a dignidade da revolta e enveredar pela violência, para podermos viver ou
morrer com dignidade.
- Calma, amigo ateu; eu até acho que o Povo Português pode “dar a
volta” a essa situação extrema, através da cidadania politica. A violência, só
em ultimo recurso. Mas se não houver outra solução não a excluas, Amigo. E não
excluas, exercendo-a, ou não, é importante para o adversário saber que estas disposto a exercê-la. Mas quero que saibas que, mesmo compreendendo-te, não te posso seguir nesse caminho;
Para ti a minha solidariedade,
paz e reflexão; e para o Neo-liberalismo selvagem, um gesto, este:
Cura Senhor onde doi...
JOANMIRA