Rejeitando protagonismos, o jornalista considera que "o texto original
publicado no Facebook sintetiza as preocupações de um conjunto de pessoas de
vários quadrantes que entendem ser chegada a altura de rejeitar o memorando da
troika. Já basta de austeridade".
O que fazer a seguir com tamanha indignação coletiva é a questão que se
colocará nos próximos tempos. Apesar de vários dos outros subscritores do
movimento defenderem que as manifestações podem ser o início de uma revolta
popular pacífica, Nuno Ramos de Almeida rejeita qualquer "tentativa de
instrumentalização". "Os protestos não são um ensaio para um movimento mais
amplo. Nem sequer representamos essas 100 mil pessoas. Quando muito, somos
apenas os facilitadores, transmitindo a sua revolta", aponta.
E se, entre os manifestantes, figurarem políticos? A possibilidade é encarada
sem problemas por Nuno Ramos de Almeida, para quem "a manifestação é de toda a
gente e, ao mesmo tempo, não é de ninguém", excetuando aqueles que possam
participar apenas com o objetivo de provocar desacatos.
Apesar de o apelo remontar aos últimos dias de Agosto, foi só na última
semana que o movimento atingiu proporções gigantescas.
Ramos de Almeida encontra com facilidade o motivo da viragem: a declaração em
que Pedro Passos Coelho anunciou aos portugueses, na sexta-feira da semana
passada, novas medidas de austeridade. "Há um claro antes e depois em termos de
mobilização. Esse anúncio terá sido a gota que fez transbordar o copo, gerando
uma onda de indignação. Até esse momento, muita gente tinha a perceção de não
existir alternativa à troika", relembra.
JORNAL DE NOTICIAS
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