Miguel Relvas pede desculpa ao "Público"
O Público noticiou na sexta-feira que o ministro Miguel Relvas pediu, nesse dia, desculpa ao jornal, depois de a direção ter protestado contra "uma pressão" do governante sobre uma jornalista que acompanha o caso das Secretas.
O pedido de desculpas, noticiado pelo jornal, ocorreu no mesmo dia em que o gabinete de Miguel Relvas refutou a denúncia do Conselho de Redação do Público sobre ameaças do titular da pasta da comunicação social ao jornal e a uma jornalista, por causa de uma notícia relacionada com o caso das Secretas, e que acabou por não ser publicada.
Na edição online do jornal, a direção editorial assumiu, ao final da noite de sexta-feira, que uma jornalista que tem acompanhado o caso das Secretas "foi alvo de uma pressão por parte do ministro dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas", "pressão" essa que "a direção do Público considerou inaceitável e que motivou um protesto da direção do jornal".
A direção editorial adianta que o "protesto" foi apresentado na sexta-feira pela diretora do diário, Bárbara Reis, e que o ministro "pediu em seguida desculpa ao jornal".
Contactada pela agência Lusa, Bárbara Reis remeteu para a informação publicada no Público.
A Lusa tentou uma reação junto do assessor do ministro, António Valle, mas sem sucesso dado o adiantado da hora.
O Conselho de Redação do Público denunciou na sexta-feira, em comunicado, que Miguel Relvas ameaçou queixar-se ao regulador do setor, promover um "blackout" de todos os ministros ao jornal e divulgar, na Internet, dados da vida privada de uma jornalista, se fosse publicada uma determinada notícia.
A notícia, da autoria de Maria José Oliveira e que acabou por não ser publicada, pretendia evidenciar "as incongruências" das declarações do ministro, na terça-feira, no Parlamento, sobre o caso das Secretas.
Numa nota posterior, a direção do jornal justificou-se alegando que "não havia matéria publicável", tendo a decisão sido tomada antes de conhecer as ameaças.
O PS já anunciou que vai pedir a presença do ministro no Parlamento para esclarecer o caso e o Sindicato dos Jornalistas (SJ) vai solicitar a intervenção da Entidade Reguladora para a Comunicação Social e da Comisão Parlamentar de Direitos, Liberdades e Garantias.
O SJ defende que, a confirmarem-se as ameaças e pressões imputadas ao ministro, este "deixaria de ter condições para manter-se no Governo".
SOL
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