Quatro manifestantes despiram-se esta noite em frente da
Assembleia da República, durante o protesto "cerco do Parlamento". Outros
atiraram ao chão algumas grades de proteção da escadaria do edifício e lançaram
petardos, sob o olhar atento da polícia.
As barreiras de proteção foram atiradas ao chão no momento em que os
manifestantes começaram a subir à volta do Parlamento para concretizar o
"cerco".
Alguns manifestantes lançaram petardos e outros sentaram-se no espaço relvado
lateral à escadaria da AR, sob o olhar atento de um forte contingente policial
posicionado atrás das grades que delimitam todo o perímetro do edifício.
O "cerco" seguiu depois para a entrada lateral da AR, na rua de São Bento,
que esteve temporariamente menos policiada. Neste local, foram lançadas algumas
garrafas contra a polícia.
Houve um momento de tensão, quando dois homens vestidos à civil foram
identificados por alguns manifestantes como polícias à paisana. Os homens foram
perseguidos e obrigados a refugiar-se atrás das grades, ao mesmo tempo que lhes
eram atiradas garrafas e outros objetos.
Fonte da PSP disse à Lusa que, até ao momento, não houve qualquer detenção e
que o policiamento que está no local continua a ser o previamente planeado.
Continuam a ouvir-se tambores e várias palavras de ordem. Uma vedação de
chapas metálicas, que se encontra junto ao parlamento, foi aproveitada pelos
manifestantes como um enorme instrumento de percussão.
O protesto continua a ser essencialmente pacífico, não se tendo registado
quaisquer escaramuças entre os agentes e os manifestantes.
No centro da multidão foi colocada em jeito de monólito uma 'pen USB' gigante
decorada com uma caveira e ossos, numa alusão ao Orçamento do Estado entregue
hoje pelo Governo e contra o qual os manifestantes protestam.
Uma versão mais pequena desta 'pen' foi lançada com balões de hélio, num
gesto aplaudido e assobiado por igual medida pelos manifestantes.
Por entre a multidão avistam-se faixas com mensagens como "Fora o Governo",
"Troika e Governo - Rua" e cartazes com mensagens dirigidas aos executivo como
"Chulos" e "Orçamento Assassino".
No cimo de uma carrinha de caixa aberta há um palanque improvisado onde
várias pessoas têm já feito ouvir o seu testemunho e onde a cantora lírica Ana
Maria Pinto também já entoou uma canção para animar o protesto.
Pedro Rocha, dos Indignados de Lisboa, que estão desde sábado à noite em
vigília frente a AR, disse à Lusa que o protesto de hoje, parte da ideia que
tiveram os manifestantes espanhóis no início deste mês quando milhares de
pessoas cercaram, de facto, o Congresso do Deputados em Madrid.
A iniciativa, acrescentou, assinala ao mesmo tempo um ano do Movimento 15 de
Outubro, que, em 2011, acampou durante quase dois meses na Praça do Rossio em
Lisboa, uma iniciativa repetida por em várias capitais mundiais.
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