1.1.13

Texto - Mais um Ano Novo


Mais um ano novo
 
São tantos os anos novos, desde que me lembro, que não tenho mais ilusões… a “passagem do ano” como dizíamos na altura, era um momento magico de sinceridade; deitavam-se pratos, tachos, panelas pela janela afora, e la em baixo ninguém se feria porque prevenido que era assim…
 
O Povo já era pobre mas ainda não era miserável!
 
E era, acima de tudo, uma época em que a família existia com todos os seus componentes mais valiosos. Isto parece dar ar a uma equipa de futebol, mas é o sentimento que me inspira…
 
Eu jogava à defesa, e não “piava” porque tínhamos “maestros” que mandavam.
 
António Mira, meu pai e artesão habilidoso, de coragem até dizer basta, meu tio Armentier, excelente e colérica pessoa, meu padrinho Chico Boazinha, e os seus “cinemas ambulantes” Ti Zé Gandum, e a sua musica tubatica e… tantos outros que não consigo citar mas que permanecem na memoria dos meus anos de infância.
 
Hoje é mais um Ano Novo com muitas lembranças mas sem atores.
 
Feliz Ano.
 
Rio de Janeiro, 31 de Dezembro de 2012.
 
JoanMira

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