Quando as comunicações são estabelecidas por fibra ótica, através de cabos que se estendem por milhares de quilómetros ao longo dos oceanos, muita coisa pode correr mal. Terramotos, navios de pesca e fenómenos naturais podem destruir estes cabos. Mas agora é conhecida uma nova ameaça: tubarões.
Os peixes gigantes que ficaram com muito má fama desde que Steven Spielberg realizou o épico 'O Tubarão', em 1977, mordem os cabos de fibra ótica e podem danificar estas infraestruturas (veja o vídeo no final do texto). Mas agora a Google contra-ataca.
Segundo o site Network World, durante a semana passada a Google terá anunciado que os cabos submarinos, que fazem a ligação dos EUA à Ásia pelo Oceano Pacífico, têm sido afetados por mordidas de tubarões. A solução passa por cobrir estes cabos com kevlar, material sintético que é mais resistente que o aço, ou pelo menos algo semelhante. É que a gigante da informática detém a patente de um material a que chama “fio de proteção de polietileno”.
Não se sabe a razão da atração dos tubarões pelas infraestruturas submarinas, mas, além da simples curiosidade, poderá passar pelo facto de estes sentirem a alta voltagem que corre pelos cabos. Um relatório de 2009, do Programa Ambiental das Nações Unidas, refere que inúmeros cabos debaixo de água sofreram falhas por serem mordidos por peixes, incluindo tubarões.
NOVA LIGAÇAÕ SERÁ DE 60 TERABITS POR SEGUNDO
Ajudar a solucionar este problema é essencial para a Google. A empresa tem de contar com infraestruturas físicas em perfeitas condições para apresentar, em milissegundos, todo o tipo de resultados que os internautas procuram no motor de busca Google ou para fazer streaming no Youtube.
Esta segunda-feira foi anunciado que será estabelecida uma nova ligação ao longo do Pacífico, que permitirá conectar os Estados Unidos ao Japão a uma velocidade de 60 terabits por segundo, “cerca de 10 milhões de vezes mais rápido que o cabo moderno atual”, disse Urs Holzle, o responsável pelas infraestruturas Google. As empresas de telecomunicações China Mobile e SingTel, de China e Singapura, respetivamente, são parceiras neste investimento.
Os mais fanáticos pela tecnologia podem lutar entre si, e trocar argumentos nas rivalidades entre Google e a Apple ou a Google e o Facebook, mas no conflito Google vs Tubarões, terão de se unir no mesmo lado das trincheiras.
Correio da Manhã