29.6.15

Investigadora portuguesa revela novo método de detecção precoce de cancro do pâncreas

Sónia Melo

Sónia Melo
Num estudo publicado na revista Nature, a investigadora Sónia Melo - distinguida este ano com uma das três Medalhas de Honra L'Oréal Portugal para as Mulheres na Ciência - do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (Ipatimup), demonstra que a detecção de exossomas com uma determinada proteína está relacionada com lesões malignas no pâncreas num estado inicial e que não são detectáveis por ressonância magnética.
O estudo revela que as células tumorais do pâncreas produzem exossomas que possuem a proteína glypican-1 (GPC1). A investigadora descobriu que a presença de exossomas com esta proteína no sangue permite distinguir indivíduos sem doença ou com doença benigna do pâncreas, de doentes com cancro do pâncreas.

Num modelo experimental de ratinho foi possível demonstrar que a detecção de exossomas positivos para GPC1 se correlaciona com a presença de lesões pancreáticas iniciais não detectáveis por ressonância magnética.
O que são os exossomas?
Os exossomas são nano-vesículas produzidas por todas as células do corpo humano. Estas vesículas contêm material genético (RNA e DNA) e molecular (proteínas e lípidos) representativo das células que lhes deram origem. Os exossomas, depois de produzidos, podem ser libertados na circulação sanguínea, chegar a órgãos distantes e alterar as células desses órgãos. 
Este estudo demonstra que a detecção de exossomas positivos para a proteína GPC1 que circulam no sangue de pacientes com cancro do pâncreas, pode ser utilizada como uma ferramenta de diagnóstico não invasiva (uma vez que os exossomas com estas características são detectados numa análise ao sangue) e como uma ferramenta para detectar fases iniciais de cancro do pâncreas.
Ciência Hoje - Portugal

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