30.3.13

Consulado no Rio de Janeiro vai "mudar-se" para o Palácio São Clemente

O Consulado Geral de Portugal no Rio de Janeiro vai mudar de instalações e passará a funcionar no Palácio São Clemente, a residência oficial do cônsul de Portugal naquela cidade. A alteração que “será concretizada a médio prazo”, como afirmou a este jornal o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas.
Questionado pelo «Mundo Português» sobre a data prevista para a mudança, José Cesário escusou-se a revelar, referindo que não será nos próximos dois meses por haver “obras de adaptação a fazer”.O governante justifica a mudança com a falta de condições de atendimento do actual espaço do consulado. “As atuais instalações são antigas, não foram feitas para serem um consulado, são más, servem mal a população”, afirmou José Cesário, acrescentando que há “muito espaço em São Clemente”. “Há uns anos largos que eu admiti esta hipótese e neste momento, estamos em vias de a concretizar”, completou.
Em Setembro do ano passado, o jornal «Diário Económico» divulgava que o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) “espera arrecadar 22 milhões de euros com a venda de sete imóveis situados em diferentes cidades do mundo que estão desactivados e que são considerados «não essenciais para o exercício da diplomacia»”. Citando uma fonte oficial do ministério liderado por Paulo Portas, o jornal referia que os custos de manutenção destes imóveis, situados em cidades como Washington, Nova Iorque, Bruxelas, Haia ou Rio de Janeiro ascendiam a 333 mil euros anuais.Ao «Mundo Português», o secretário de Estado das Comunidades avançou que estas são operações “que têm que ser feitas periodicamente”. “São questões que vamos avaliando, onde temos situações caras e que não são úteis, tentamos substituí-las por outras, mais baratas e interessantes do ponto de vista do serviço ao público”, afirmou. Mas questionado sobre outras instalações que poderão ser vendidas, o governante disse que, neste momento não falava sobre esse assunto.
Deputado diz que mudança “fez todo o sentido”
Em Junho de 2010, numa questão endereçada ao MNE, o deputado Carlos Páscoa Gonçalves alertava para “ a deficiência de meios técnicos, pessoais e das instalações inadequadas” do Consulado de Portugal no Rio de Janeiro e perguntava ao Governo se considerava “mudar o Consulado do Rio de Janeiro para instalações mais adequadas ao funcionamento do mesmo e em caso afirmativo em que prazo”.Cerca e três anos depois, em declarações a este jornal, o deputado social-democrata defende que a mudança para São Clemente “faz todo o sentido”. “O subsolo do palácio São Clemente, uma área que não é aproveitada para absolutamente nada, com algumas obras pode ser um espaço muito superior àquele que temos no centro da cidade. Pode ser um espaço aproveitado com toda a dignidade, onde as pessoas possam ser atendidas com horário marcado, com equipamentos adequados, dando uma maior dignidade ao espaço”, afirma o deputado, que considera “um completo desperdício” que o palácio “seja apenas utilizado como residência do cônsul”.
Sobre a mudança do atendimento para São Clemente, o deputado espera que seja “o mais rápido possível” e afirma que há “uma enorme vontade do Ministério (dos Negócios Estrangeiros) de resolver definitivamente esse assunto”, já que ao vender o prédio no centro da cidade, onde está o consulado, “terá uma economia de recursos”. “No momento em que os imóveis no Brasil, e particularmente no Rio de Janeiro, estão muito valorizados, é a altura adequada para se vender o prédio que é propriedade do Estado português”, acrescentou, afirmando que “a nossa História não paga contas, o que as paga são recursos”.
Ana Grácio Pinto
Jornal Mundo Português

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