Interrompeu-me, subitamente, uma
voz de trovão…”- Que é isso oh meu. Que aconteceu a você Amigo de entre todos
os ateus?
“- Desculpa, Amigo do Corcovado, era só para chamar a tua atenção. Bem
sei que me admitiste como Amigo, não obstante a minha falta de crença mas não
de fé…
- E você arranjou esse estratagema burro para entrar em contacto
comigo?!
- Desculpa Cara, mas estava desesperado e com as ideias completamente
embrulhadas…
“- Mas com quinquagésimo trovão do filho mais velho! Burro é
brasileiro, povo de Vera Cruz não pode chegar a essa estupidez! Você precisava
desse esquema pra falar comigo?! Eu que dei a você todo o apoio desde que um
dia chegou ao Rio de Janeiro?! Que lhe preocupa? A situação económica em
Portugal? A corrupção dos seus políticos? Não fale; aqui no Rio de Janeiro
temos os mais descarados de todos; e…
Atrevi-me a interrompê-lo
- Amigo do Corcovado, devo Reconhecer que nos, portugueses, estamos no
limite de não saber se, resignados, devemos continuar a protestar com convicta
indignação ou se devemos enveredar por partir tudo; temos suportado
estoicamente, como ratos de laboratório, todas as experimentações da corja
detentora do governo e dos seus opositores em Portugal; faz muitos anos que
temos vindo a aceitar, sem reagir o assalto permanente e continuo do grande
capital aos nossos míseros salários e reformas; quanto mais nos tiram, sem
reacção nossa, mais nos continuam a tirar e chegou o tempo em que quando nada
mais nos poderem roubar, de enveredar pela violência, para podermos viver ou
morrer com dignidade.
- Calma, amigo ateu; eu até acho que o Povo Português pode “dar a
volta” a essa situação extrema, através da cidadania politica. A violência só
em ultimo recurso. Mas se não houver outra solução não a excluas, Amigo. E não
excluas, exercendo-a, ou não, porque, para o adversário é importante saber que
a podes exercer. Sabe que, mesmo lhe compreendendo, não posso seguir esse seu caminho da violência.
Essa imagem que você esta vendo é para o Néoliberalismo selvagem, o do
capital que vive, como o cuco, do trabalho dos demais. Não posso nem devo dizer
palavrões, mas neste momento veio a minha memoria no seu “internétês: FOD@-SE…
Nos vemos Amigo.
E desligou, ele, como de costume.
Bordeaux, 16 de Julho de 2013.
JoanMira
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