Corrupçao - Portugal - MP usa submarinos para investigar BES

Com o desfecho para breve do inquérito-crime sobre indícios de corrupção no negócio de compra de dois submarinos pelo Estado português em 2004, e com o seu mais do que provável arquivamento, o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) decidiu aproveitar o que de mais valioso foi recolhido nessa investigação para ajudar no caso BES.

Segundo o Expresso apurou, os dados bancários de três contas privadas na Suíça pertencentes a três membros do Conselho Superior do Grupo Espírito Santo (GES), incluindo Ricardo Salgado, já estão a ser usados pela equipa que desde setembro último investiga indícios de crimes na origem e na ocultação do buraco financeiro do BES. A equipa é liderada pelo procurador José Ranito, que transitou durante o verão do DIAP de Lisboa, onde fazia parte da secção especializada em crimes económicos e financeiros, para o DCIAP.

Numa atitude inédita, as autoridades suíças forneceram em 2013 ao DCIAP todos os movimentos bancários acima de 10 mil euros realizados por três membros do Conselho Superior do GES - desde que as contas foram abertas até dezembro de 2011. Órgão de cúpula do grupo, o Conselho Superior é constituído por representantes de cinco ramos da família Espírito Santo.

As contas na Suíça foram expostas durante a investigação ao rasto dos 30 milhões de euros pagos à Escom pelo consórcio alemão que vendeu os submarinos. A Escom é uma empresa de consultoria do GES. Cada uma das contas recebeu um milhão de euros.
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