5.6.16

Já falta pão português em Caracas (Venezuela)



A padaria Ângela é uma das mais antigas da capital da Venezuela e o dono é Diamantino Araújo, de Aveiro. Nas últimas semanas, a produção caiu para metade. Falta a farinha e o pão nas prateleiras.
“Em média fazia diariamente 12 sacos de 45 quilos de farinha e agora estou a fazer quatro. Aos fins de semana não dava vazão a isto”, explicou à Lusa o empresário, em Caracas.
A preocupação é visível na cara de Diamantino Araújo, a viver num país que quase todos os dias aparece nas notícias em todo o mundo devido às filas à porta de supermercados semivazios ou pelas manifestações, mais ou menos violentas.
O preço do petróleo está na ordem dos 50 dólares do barril, depois de meses com valores ainda mais baixos num país que tem dos custos mais elevados na sua extração. A moeda depreciou-se em mais de 93% nos últimos dois anos, prejudicando a compra de bens no estrangeiro. E a crise interna levou ao aumento do desemprego e da insegurança.
A memória dos violentos confrontos de 1989 está presente em muitos emigrantes. As manifestações e os confrontos contra a crise económica, durante o governo de Carlos Andrés Pérez, causaram duas centenas e meia de mortos em todo o país, em especial na capital.
A angústia é agora cada vez maior. Muitos receiam  que em qualquer momento a população se revolte e aconteça algo pior...
Correio da Venezuela 

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