Liga-se a televisão
para se ter noticias do Pais onde vivemos (ou não) e, durante mais de meia hora, assiste-se ao
“essencial”: futebol, futebol e…bola! …
Apetece-nos expelir
um palavrão sui-generis, daqueles que aprendemos sem esforço no “Portugal dos
pequeninos”, mas não o fazemos, investidos de uma fezada utópica, grande como o Universo
infinito; aquela “pôrra” vai acabar… Vamos lá, mais um esforçozinho… vão acabar
por dar alguma informação de interesse… mas qual quê?! Entre vociferações do
mais alto interesse para a miserável vida quotidiana, de adeptos, já (ou ainda) em
estado de coma com seus contundentes comentários: (o Trinca-Na-Pêra é o maior… O Ferra-No-Bico é bosta…), e outras considerações
do mais alto interesse para a vida de quem trabalha e sofre; entre anúncios publicitários,
fala-se, por fim, da viagem, de avião, da imagem de Nossa Senhora de Fátima (eu que pensava que tinha o dom de viajar sem
asas) e vem, finalmente e muito
rapidamente, alguma informação sobre o estado caótico do Pais e... o
telejornal chega rapidamente ao fim.
Mas, ao fim não chegou o nosso martírio: logo a seguir vem
um programa “cultural” onde se fala do Benfica e…da taça de Portugal, “abrilhantado”
de musica “pimba” (aquela que algumas pessoas de tanto ouvirem até pensam que é
harmonia!), com convidadozecos, “artistas” sorridentemente desalentados …é
demais…Desligo a infernal e desinformativa caixa de imagens e ligo o rádio;
desorientado, procuro a “Oitava de Beethoven”, E oiço: “Tony Carreira”: “Eu oitaba na
peneira, eu oitaba a namorar”…
Saco,
apressadamente o meu amigo colt “Cobra” de seis balas, disparo, “fornico” o inocente
aparelho, vou para o feicebuque e… ali só o odor é que é diferente…porque é que vou ter que
comprar mais balas!
Bordeaux, 2 de Dezembro
de 2013.
JoanMira
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