Imagine-se que foi ontem notícia que o Consulado-Geral no Rio de Janeiro foi alvo em maio de uma inspeção "diplomática" (sic) acompanhada por inspetores da Polícia Judiciária, acrescentando-se que se desconhecem "ainda publicamente as suspeitas em causa"... E "privadamente", serão conhecidas? E como é possível que a PJ actue em maio mas apenas em junho a mera actuação seja notícia? E mesmo assim a notícia só é notícia apenas porque o deputado Paulo Pisco tomou conhecimento da situação numa visita àquele consulado a 17 de junho, levando-o a a dirigir, ontem (21), um "requerimento" segundo a Lusa que diz ter acesso ao documento, ao ministro dos Negócios Estrangeiros a solicitar informações?...
Ora, o documento parlamentar é público e não se trata de um requerimento. É uma pergunta, coisa diferente. Além disso, pela parte do MNE, a inspeção foi consular (que também há) e não diplomática.
E o mais curioso é que, ainda segundo a agência, "contactado pela Lusa, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros adiantou que está a recolher informações sobre o caso e remeteu para sexta-feira eventuais esclarecimentos". Está ainda a recolher informações, sendo porta-voz, sobre algo que ocorreu em maio, todo o MNE há muito sabe em pormenor menos o porta-voz, e com o Primeiro-Ministro e o MNE às portas do consulado?
Creio, que como funcionario publico , a exercer funcões no consulado do Rio de Janeiro (desde marco deste ano), é meu dever corrigir a informacão.
De facto, uma equipa do MNE acompanhada por um inspector da PJ (e não varios) esteve no Rio a averiguar factos.
O deputado Paulo Pisco esteve no consulado no passado dia 20, onde permaneceu cerca de uma hora, não tendo por isso tido tempo material para averiguar quaisquer factos objecto da inspeccão; alias, que saiba ele não é inspector diplomatico, consular ou da PJ.
Pode ter conversado com funcionarios, como comigo fez, mas não foi dessas conversas-relâmpago que formou qualquer juizo; na realidade e em nome da verdade creio que a rapidissima visita do senhor deputado destinava-se apenas a justificar o que ja tinha de antemão preparado para protagonizar o seu objetivo politico e distrair jornalistas incautos.
Sem querer falar do que eventualmente tenha acontecido naquele consulado e que esta em fase de averiguacão, apenas queria referir que os factos datam de ha pelo menos quatro anos altura em, que se me lembro bem, eram os amigos do deputado Paulo Pisco que estavam no governo.
Não ter nascido ontem lembra-nos permanentemente o quanto ja sofremos nesta vida e, simultâneamente, coloca-nos ao abrigo de qualquer "chico-espertice"!
Quem quer tirar o cavalinho da chuva?!
JMIRA
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