13.9.11

Greve na Suiça - 13-09-2011

Lisboa, 13 set (Lusa) – O Partido Comunista Português (PCP) pediu hoje uma reunião urgente com o embaixador português em Berna para discutir a falta de apoio aos portugueses devido à greve dos trabalhadores consulares e também a situação dos professores na Suíça.
Em comunicado, a representação PCP na Suíça declarou que “protesta pela falta de apoio consular aos portugueses residentes neste país, situação que se mantém desde o final do mês de agosto, como consequência da greve nos postos consulares e nas representações diplomáticas”.
Os membros do partido solidarizaram-se com os motivos que levaram os trabalhadores consulares a entrar em greve, visto que “é impossível viver na Suíça com os baixos salários de que estão atualmente a usufruir”.
“A situação provocada pelos problemas da desvalorização do euro em relação ao franco suíço, o corte de 10 por cento no salário base e a aplicação das elevadas taxas pela entidade fiscal portuguesa, colocou os salários de todos os funcionários no limite da miséria”, refere a nota.
Segundo o documento, “o momento que se vive não só prejudica esta categoria de funcionários, como causa enormes transtornos, prejuízos financeiros e de outra ordem à comunidade portuguesa residente”.
Os 56 funcionários sindicais iniciaram no dia 29 de agosto uma greve por tempo indeterminado por falta de acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros acerca da sua situação salarial.
A greve está a ser cumprida pelos trabalhadores da embaixada de Portugal em Berna, da missão junto da ONU em Genebra, os consulados naquela cidade e em Zurique, bem como os escritórios consulares em Sion e Lugano, segundo o Sindicato dos Trabalhadores Consulares e das Missões Diplomáticas (STCDE).
A Lusa contactou várias vezes o Ministério dos Negócios Estrangeiros em Lisboa, tendo o porta-voz salientado que não vão ser feitos comentários acerca da greve.
“Com os mesmos problemas estão os professores do Ensino do Português no Estrangeiro (EPE) a lecionarem na Suíça, pondo em causa a continuidade dos cursos de língua portuguesa a mais de dez mil crianças”, refere o comunicado.
O PCP sublinhou que, antes das últimas eleições, políticos do PSD e CDS/PP “foram incansáveis” em fazer denúncias, competindo agora “a estes partidos da coligação governamental a solução imediata do problema”.
“Assim, o organismo local do PCP solicitou, com a máxima urgência, uma reunião com o embaixador de Portugal em Berna, com a finalidade de exigir a esta entidade uma clara intervenção junto do Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Lisboa”, lê-se o documento.
“Os funcionários do Estado português têm direito a um salário que lhes garanta um nível de vida digno na Suíça, e a comunidade tem o direito de ser assistida convenientemente. É preciso evitar o agravamento dos prejuízos”, finalizou o partido.
CSR.
Lusa/fim

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