18.9.11

As mulheres dão o (bom) exemplo: Israelitas e palestinianas unidas pela independência


Israelitas e palestinianas unidas pela independência


Israelitas e palestinianas caminharam a partir das 11:00 locais em direcção ao checkpoint de Qalandia, situado entre Jerusalém e Ramallah, a partir de várias cidades de Israel e da Cisjordânia.
Separadas por escassas centenas de metros, um checkpoint e um batalhão de soldados israelitas, ouviam-se as vozes das mulheres dos dois lados sem, no entanto, os dois grupos alguma vez terem estabelecido contacto visual.
Do lado israelita, o protesto de algumas dezenas de mulheres decorreu sem distúrbios, acompanhado por um pequeno destacamento com sensivelmente o mesmo número de soldados. "Estou aqui para procurar paz, quero a paz com esta gente", diz à Agência Lusa Giovanna Claymann, uma participante israelita, enquanto aponta na direcção do muro de separação israelita e para as enormes instalações do checkpoint que separa os dois grupos. "Somos todas mães e esposas e queremos que as nossas crianças vivam, que tenham paz e vida", explica.
Para Giovanna "já passou demasiado tempo de guerra" e "agora é tempo de paz", e repete que "já chega", enquanto gesticula diante do exército israelita. A manifestante israelita aproveita para deixar uma mensagem para Portugal, parte do actual do Conselho de Segurança das Nações Unidas, lembrando que "é hora de optar pela Palestina". Segundo Kalia Golan, uma outra participante israelita, "existe um número considerável de israelitas que apoiam a ideia de um Estado Palestiniano" e, por isso, esta iniciativa de mulheres israelitas e palestinianas "veio dizer algo muito claro": que "a votação na ONU tem o apoio do povo". "Não há nada aqui que não seja para o interesse das pessoas e que é a paz", conclui, enquanto aponta para o grupo de mulheres.
Do lado palestiniano, a manifestação decorreu também de modo pacífico, com excepção de lixo e pneus queimados durante o protesto. A presença maioritária das mulheres do lado palestiniano permitiu que o exército não tivesse estabelecido uma zona de "terra de ninguém" entre o destacamento e manifestantes, como é procedimento habitual em manifestações maioritariamente masculinas. Esta distância, de metros, normalmente estabelecida entre os dois lados, acaba por se tornar no cenário de confrontos entre adolescentes que atiram pedras e o exército que responde com meios anti-motim, como gás lacrimogéneo e balas de borracha.

Aucun commentaire: