Libellés

13.9.12

Video - Como um patrão classificou a austeridade na SIC Notícias

Veja o exemplo que Jorge Rebelo de Almeida, da Conferação de Turismo e presidente do Grupo Vila Galé, foi buscar para classificar a austeridade, ontem durante o programa de José Gomes Ferreira, "Negócios da Semana", na SIC Notícias.

17:28 Quinta, 13 de Setembro de 2012

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Há um ano Cavaco era contra a subida da TSU


O Presidente da República ainda não se pronunciou sobre as novas medidas de austeridade, mas, há um ano, Cavaco Silva era frontalmente contra a redução generalizada da Taxa Social Única (tsu).

As últimas palavras do Presidente da República antes do anúncio da nova austeridade apelaram à responsabilidade, ao espírito cívico e ao consenso político português.

Cavaco Silva reuniu-se, nesta quinta-feira, com o líder do maior partido da oposição, António José Seguro, e de seguida com o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, mas o chefe de Estado continua em silêncio.

Um a um, os mais próximos de Cavaco Silva já repudiaram as alterações à TSU e não há quem não peça a intervenção do presidente.

Jardim e Aguiar-Branco insultados por manifestantes na Madeira


O ministro da Defesa Nacional, José Pedro Aguiar-Branco, e o presidente do governo regional da Madeira, Alberto João Jardim, foram esta quinta-feira insultados no Funchal. Um grupo de manifestantes, em protesto contra as medidas de austeridade, chamou-lhes «gatunos».

À entrada do edifício do governo regional, onde decorre uma conferência subordinada ao tema «A Cooperação Civil/Militar na Ajuda de Emergência», um grupo constituído por vários dirigentes sindicais e militantes do PCP gritaram várias palavras de ordem contra o aumento dos impostos e do desemprego, escreve a Lusa.

Alberto João Jardim foi o primeiro a chegar ao local e a enfrentar o grupo, que empunhava vários cartazes contra as medidas de austeridade.

«Costuma-se dizer que quanto pior, melhor», disse Jardim. E, sorrindo, desvalorizou: «Estes desgraçados do PC nunca mais tinham aparecido».

Um dos manifestantes gritou: «Estás-te a rir, mas está-te a acabar a guita».

Depois foi a vez de José Pedro Aguiar-Branco passar pelos populares, tendo o ministro considerado que o protesto é uma «manifestação da democracia».

«Vivemos em democracia e a liberdade de expressão e opinião é um bem inestimável da democracia, assim como o exercício do poder por parte de quem os portugueses, em voto livre e escrutínio direto, fazem as suas opções. Portanto, está a democracia a decorrer na sua normalidade e é assim que todos nós desejamos», afirmou.

O ministro começou esta quinta-feira uma visita de dois dias à Madeira, onde vai visitar várias instalações militares
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Dezenas protestam junto à residência oficial de Passos Coelho


Algumas dezenas de pessoas estão concentradas esta quinta-feira junto à residência oficial do primeiro-ministro, em protesto contra as novas medidas de austeridade do Governo, cerca de meia hora antes de uma entrevista de Pedro Passos Coelho.

Entre os manifestantes está a coordenadora da Federação de Sindicatos da Função Pública, Ana Avolila, e o líder da maior federação de professores, Mário Nogueira.

O protesto está confinado a uma distância de meia centena de metros da porta da residência oficial do primeiro-ministro e é vigiado por um considerável aparato policial.

Entre as palavras de ordem pode ouvir-se «25 de Abril sempre, fascismo nunca mais» e «Os ladrões estão lá dentro e os polícias estão cá fora».

O trânsito está cortado junto à residência de São Bento e na rua contígua.

Seguro vota contra Orçamento e ameaça Passos

António José Seguro (Rafael Marchante/Reuters)

António José Seguro anunciou, nesta quinta-feira, que o PS vai votar contra o Orçamento de Estado para 2013 e ameaçou o primeiro-ministro com uma moção de censura e recurso ao Tribunal Constitucional caso não recue na decisão de aumentar a Taxa Social Única (TSU) para os trabalhadores.

«Nunca serei cúmplice desta política e decidi que o PS deve votar contra o Orçamento de Estado. Mas não vou ficar pelo voto contra. Tenho consciência da situação política do país, não entro em demagogias, mas tudo farei pata aliviar os sacrifícios dos portugueses com propostas, como um imposto extraordinário sobre as Parcerias Público Privadas», anunciou o secretário-geral do Partido Socialista (PS), numa comunicação ao país, após um encontro com o Presidente da República, Cavaco Silva.

«Independentemente do voto contra,tudo faremos para impedir que o Governo retire dinheiro aos trabalhadores para entregar às entidades patronais. O aumento da TSU em 7 pontos percentuais é uma decisão que nos indigna profundamente. Há uma linha que separa a austeridade da imoralidade e essa linha foi ultrapassada. Ou o primeiro-ministro recua e retira a proposta de aumentar a TSU para os trabalhadores ou tomaremos todas as medidas constitucionais para a retirar. O PS apresentará uma moção de censura, a opção é do primeiro-ministro, está nas sua mãos», prometeu, ainda, António José Seguro.

Críticas ao Governo erguem-se no PSD

No PSD erguem-se vozes de desacordo face às últimas medidas anunciadas pelo Executivo de Passos Coelho. Rui Machete e Luís Filipe Menezes, ambos ex-secretários-gerais do partido, juntaram-se a Manuela Ferreira Leite, antiga ministra das Finanças, na condenação dos sacrifícios que serão exigidos aos portugueses.
Na noite de ontem, quarta-feira, a ex-ministra foi a primeira a expressar as suas críticas. Em entrevista à TVI 24, Ferreira Leite lamentou que o país seja governado «com base num acto de fé», antes de instar os deputados a ‘reagirem’ aquando da votação do Orçamento do Estado (OE) para 2013.
Hoje foi a vez de Rui Machete apresentar as suas críticas, ao pedir a Passos Coelho que reconsidere os «sacrifícios exagerados» que pediu aos portugueses.
Em declarações à TSF, o antigo dirigente social-democrata considerou as últimas medidas – anunciadas na terça-feira por Vítor Gaspar, ministro das Finanças -, como «desproporcionadas em relação às necessidades actuais», negando que o desemprego se combata «retraindo ainda mais a procura».
Já Luís Filipe Menezes, que ontem confirmou, à SIC, a sua candidatura à Câmara Municipal do Porto, defendeu que se realize uma remodelação governamental após a votação do OE de 2013.
O actual presidente da Câmara de Gaia disse ao Jornal de Notícia que «o Governo precisa de mais coordenação política» e, apesar de elogiar Pedro Passos Coelho, sublinhou que, «em [seu] entender», o primeiro-ministro devia promover uma remodelação no Executivo.
SOL

Diz o Daniel Oliveira - Anatomia de um assalto (IV): as responsabilidades da oposição


Nunca foi tão evidente o divórcio entre um governo e o País. Nunca foi tão clara a indignação das pessoas. E a conversa do "inevitável" já não paga dívidas. Depois da quebra do produto em 3,3% no ano de vigência do memorando, de 416 novos desempregados por dia e de uma brutal quebra nos rendimentos do trabalho, o governo falhou no défice - em vez de 4,5%, 6,9% - e na dívida pública - entre o primeiro trimestre de 2010 e o mesmo trimestre de 2011 aumentou 20.7 mil milhões de euro; da assinatura do memorando até hoje aumentou 26.6 mil milhões de euros.
Sim, quando a troika chegou estávamos numa aflição. O PIB caia 0,7%. A dívida pública correspondia a 97% do PIB. O PIB agora cai 1,6%. E a dívida pública está nos 116% do PIB. Só o empréstimo e os juros agiotas que impedem que se possa chamar a isto uma ajuda levarão mais de 70% do que produzimos este ano. Não havia dinheiro, agora há ainda menos. Estávamos pobres, agora estamos miseráveis. Estávamos endividados, agora estamos mais.
Com as medidas anunciadas por Vítor Gaspar e Passos Coelho, assistimos à maior transferência de rendimentos do trabalho para o capital de que há memória na história portuguesa. Escrevi ontem que o governo tem uma estratégia. E que essa estratégia passa pelo empobrecimento do País (o próprio primeiro-ministro o afirmou), na esperança de, com uma violenta redução dos custos do trabalho, garantir um crescimento típico de uma economia terceiro-mundista: não acrescenta valor e não distribui riqueza. Mesmo que resultasse, e não resultará, esse crescimento passaria ao lado da esmagadora maioria dos portugueses. Tão ao lado como a crise passa de uma pequena minoria.
Perante o mais radical dos governos eleitos que este país já conheceu, perante uma subversão democrática que passa pela aplicação de medidas que são em tudo contrárias ao que foi prometido em campanha eleitoral, perante o pornográfico assalto aos rendimentos dos que vivem apenas do seu trabalho, perante a falência de todos os objectivos definidos por quem nos pediu sacrifícios e, muito mais importante, perante uma política de terra queimada que deixará uma marca de destruição durante décadas, vivemos um momento de emergência nacional.
Não basta os partidos da oposição concordarem com este diagnóstico. Têm de ser consequentes. Não é apenas ao governo que se têm de exigir responsabilidades. É a todos. Quem contesta este caminho tem de apresentar alternativas - há quem esteja a dedicar as suas energias a essa tarefa difícil, mas deixarei isso para amanhã - e saber como as pretende aplicar.
É apenas isto que falta para correr com esta gente: uma alternativa credível. Olha-se para os partidos da oposição e fica-se com a sensação de que, no meio da tragédia, continuam a sua vida como antes. A direção do PS parece estar convencida que pode, como de costume, ficar, com um ar muito responsável, à espera que o poder lhe caia nas mãos de podre. Perante a selvajaria apresentada no último fim-de-semana, Seguro exalta-se e... pede uma audiência com o Presidente da República. Nem é capaz de dizer o óbvio: que este orçamento terá de contar com o seu voto negativo. Parece haver, da parte do secretário-geral do PS, uma enorme dificuldade em perceber a diferença entre "responsabilidade" e "passividade". Só que a estratégia habitual, a do paciente candidato a primeiro-ministro que espera que o seu antecessor se estatele sem nada fazer, já não resulta. Para governar um País é preciso que ainda haja um país governável.
O PCP mantém-se na sua fortaleza, seguro da sua razão e sem contactos que o possam contaminar com a impureza alheia. O Bloco de Esquerda faz experiências, divide o seu pequeno poder por pequenos poderes internos, desbarata a sua credibilidade, que já foi tão abalada nos dois últimos anos, e sonha com transposições automáticas de uma realidade (a grega) que tão pouco tem a ver, na sua história e cultura política, com a nossa.
Sou, por natureza, optimista. Se não o fosse, há muito tinha deixado de me ocupar do debate político. Tinha ficado na plateia a comentar, sem correr o risco de me comprometer com causas, ideias, partidos. E a minha esperança reside no sobressalto cívico que esta crise começa provocar. E que esse sobressalto se transforme numa exigência. Não ao governo, que há muito se percebeu ser incapaz de ouvir o País. Mas a quem se apresente como alternativa.
Não há que temer as acusações sectárias do costume. Não há que temer as mútuas recriminações e lições de história, em que as responsabilidades do passado, que são tantas, servem apenas para nada mudar. Os tempos não estão para esses medos. Vivemos, vivemos mesmo, uma emergência nacional. Não há tempo para rodriguinhos e conversas a pensar nas susceptibilidades de cada capelinha. É como cidadão que quero correr com esta gente do governo. É como cidadão que preciso que uma alternativa possível se construa. Não dá para esperar mais umas décadas.
Que não se iludam os partidos da oposição. Se julgam que vão apanhar os cacos do desespero das pessoas, enganam-se. Se julgam que a contestação e o desespero acabará ordeiramente numa alternância ou num protesto que teme a vitória, não perceberam nada do que se está a passar neste País. As pessoas estão indignadas. Mas a sua indignação não atinge apenas o governo. Atinge todos os partidos e todos os "políticos". Pode ser injusto, mas em momentos como este paga quem falha por ação e por omissão. Ou os partidos da oposição conseguem dar uma resposta a isto, fazem um esforço para perceberem onde se entendem - com a humildade de reconhecer os seus erros e a coragem de serem claros em relação ao carácter antidemocrático deste memorando e à forma de o ultrapassar -, ou as pessoas não acreditam neles. E desistem. Emigram. Abstêm-se. Amedrontam-se. Para correr com esta gente é preciso perceber que há outra gente. Num país tomado pela desilusão, não é fácil. Mas esta dificuldade é a única coisa que nos sobra.
Porque um País não se faz apenas de partidos e de políticos, amanhã trato do resto. De nós todos. Porque um cidadão não é um cliente. Nem tem sempre razão, nem tem de comer e calar.
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Resistência!

RESISTËNCIA!