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26.4.11

Dispositivo de alerta de tsunami em Setubal

Um dispositivo de alerta de tsunami concebido pelo Centro Comum de Investigação da Comunidade Europeia para alertar as populações, está a partir de agora instalado no Parque Urbano de Albarquel, em Setúbal.
O dispositivo de alerta será activado por um programa de computador que calcula rapidamente a altura de onda estimada e o tempo de viagem até à costa, baseando-se na análise de parâmetros sísmicos, tais como o epicentro e a magnitude.
De acordo com alguns estudos realizados em Portugal, um sismo idêntico ao de 1755, que destruiu toda a zona ribeirinha das cidades de Lisboa e Setúbal, poderia provocar uma onda com sete metros de altura, que poderia devastar o centro histórico da cidade do Sado e percorrer uma distância estimada de cerca de 800 metros, desde a linha de costa até ao Parque do Bonfim.

Também por isso, além do sistema de alerta que agora foi instalado no Parque Urbano de Albarquel, a Proteção Civil de Setúbal pretende sinalizar diferentes zonas de segurança e promover ações de sensibilização junto de diversas escolas da cidade, bem como realizar alguns simulacros, para testar a capacidade de resposta das pessoas.

FMI: mais cortes na função publica

Os técnicos da ‘troika’ consideram que as medidas de consolidação do PEC IV estão mal avaliadas e exigem mais austeridade.
O impacto das medidas de austeridade previstas no PEC IV foi sobrestimado pelo Governo. Esta é a conclusão a que chegaram os técnicos da ‘troika' que estão em Portugal a avaliar as contas do País para depois negociar um pacote de ajuda. E perante os buracos encontrados, o Diário Económico sabe que o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Comissão Europeia admitem avançar com medidas mais duras do que o inicialmente previsto estando já em cima da mesa a necessidade de o pagamento dos subsídios de férias e de Natal dos funcionários públicos passar a ser feito em títulos do Tesouro.
A concretizar-se esta medida, a partir deste ano, e até final do processo de consolidação orçamental e do programa ajuda externa, os funcionários públicos vão passar a receber o 13º e o 14º mês através de títulos do Tesouro, como certificados de aforro. É quase um regresso ao passado, já que em 1983, aquando da última intervenção do FMI em Portugal, foi uma das medidas exigidas em troca do financiamento externo. Mas na altura o Fundo não tocou no subsídio de férias, apenas o de Natal foi pago em certificados de aforro. E nem foi o montante total, já que uma percentagem continuou a ser paga em dinheiro.
Agora, segundo os técnicos da ‘troika, é preciso ir mais longe: tanto o 13º como o 14º mês devem ser abrangidos e deverão ser pagos na totalidade em títulos do Tesouro português. Este ano a medida só já deverá ter impacto no subsídio de Natal, porque quando o pacote de austeridade da ‘troika' chegar ao terreno já a maioria dos funcionários públicos terá recebido o subsídio de férias. Mas a partir do próximo ano irá incidir sobre ambos.

Como funciona o FMI

Por Maria Henrique Espada e Vítor Matos
Há quase dois anos que o FMI tem uma equipa pronta para dirigir uma intervenção em Lisboa. “Quando surgiu a crise na Islândia, começou-se logo a preparar a equipa para Portugal”, afirmou à SÁBADO um economista pertencente aos quadros do FMI. No Verão de 2010, já estavam preparados. Não é anormal no FMI. Sempre que há risco de um país vir a pedir ajuda, as equipas têm de estar preparadas e conhecer a situação económica. E fazem-no, sempre que possível, mal percebem que um país poderá ficar em apuros. Estas equipas são compostas por dois economistas do departamento regional, neste caso europeu (dirigido pelo português António Borges), e economistas dos departamentos funcionais – assuntos fiscais, assuntos monetários e mercado de capitais.

Nenhuma equipa do FMI chega ao terreno sem saber ao que vai: nas pastas negras esconde-se sempre um briefing paper com o diagnóstico da situação e as propostas concretas para o país fazer o ajustamento. O documento foi submetido a um cuidadoso processo de aprovação interna na sede, em Washington: validado pelo director do departamento – neste caso António Borges –, é depois submetido ao director-geral. No entanto, Borges afirmou na sexta-feira passada, em conferência de imprensa, que se distanciou deste processo por ser português. O briefing paper é o segredo mais bem guardado da missão do FMI. Não é suposto ser conhecido do Governo.