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30.4.12

Andorra - José Manuel da Silva: “Não nos sentimos esquecidos"


Em entrevista ao jornal "Bon Dia", o Conselheiro das Comunidades Portuguesas, José Manuel da Silva, fala sobre a Comunidade portuguesa de Andorra que fez noticia nos ultimos meses. Sublinha o compromisso da Republica para com os seus cidadãos residindo fora de Portugal e as solucões rapidamente encontradas aos problemas da crise economica. Alerta para a falta de trabalho que obrigara mais portugueses a deixar Andorra e aposta no voto autarquico e na dupla nacionalidade.
Ler artigo na integra em: http://www.bondia.ad

A imagem do dia 30-04-2012

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Aurora Over Raufarhöfn
Image Credit & Copyright: Stephane Vetter (Nuits sacrees)
Explanation: It was all lined up even without the colorful aurora exploding overhead. If you follow the apex line of the recently deployed monuments of Arctic Henge in Raufarhöfn in northern Iceland from this vantage point, you will see that they point due north. A good way to tell is to follow their apex line to the line connecting the end stars of the Big Dipper, Merak and Dubhe, toward Polaris, the bright star near the north spin axis of the Earth projected onto the sky. By design, from this vantage point, this same apex line will also point directly at the midnight sun at its highest point in the sky just during the summer solstice of Earth's northern hemisphere. In other words, the Sun will not set at Arctic Henge during the summer solstice in late June, and at its highest point in the sky it will appear just above the aligned vertices of this modern monument. The above image was taken in late March during a beautiful auroral storm.

Esvreve o Antonio Loulé: Timor


PARABÉNS TIMOR!
             Por Antonio Loulé*
No fundo, no fundo, os portugueses da Europa sempre souberam muito pouco sobre Timor. O afastamento geográfico e a própria índole pacífica da história timorense, até ao quarto decênio do século vinte, contribuíram muito para isso.
A única ocasião em que houvera, até então, algum dissídio sobre Timor, foi durante o domínio da dinastia dos Habsburgos, o chamado período filipino da História de Portugal, que durou de 1580 a 1640. Em guerra com a Holanda por causa da Flandres, Castela viu os neerlandeses apoderarem-se de largas fatias do seu novo império: Pernambuco, as feitorias de Angola, e Timor, entre outras. Daí a existência de um Timor Oeste, holandês, e de um Timor Leste, português, desde 1912, quando um tratado acabou com a longa disputa e dividiu a ilha entre Portugal e a Holanda.
Durante a II Guerra Mundial, e depois do ataque japonês a Pearl Harbour, ingleses e australianos invadiram a ilha, situada estrategicamente em posição que poderia ameaçar a Austrália, caso a extraordinária expansão do império do Sol Nascente não fosse detida como mais tarde foi, após a epopéia de Guadalcanal. O que não livrou Timor de outra ocupação, a japonesa, que durou até ao fim da Guerra e teve os seus heróis da Resistência, como D. Aleixo e D. Jeremias.
Por fim, no nosso tempo, teve Timor que sofrer a inglória ocupação Indonésia, só há pouco vencida e terminada com a independência do velho Timor Português, hoje membro da comunidade lingüística de origem lusa.
Países de recente alfabetização – recente do ponto de vista histórico, claro
está – fundam as suas origens na tradição oral que sempre se mistura com mitos e lendas, seja isto no pequeno Mediterrâneo dos gregos e romanos ou no imenso Pacífico dos timorenses. Estes, diga-se de passagem, começaram a ser alfabetizados pelos missionários dominicanos depois de 1511. Até lá, o seu passado histórico era a lenda que, por pouquíssimo conhecida, tentarei resumir aqui.
Segundo o antigo mito, a origem de Timor seria o “velho crocodilo”, animal que surge com muita freqüência em lendas orientais, a começar pelo Egito onde era animal sagrado.
Naquele tempo vivia em Macassar, para os lados das Celebes, um velho e rugoso crocodilo que, com as forças depauperadas pela vetusta idade, já quase não conseguia caçar os seus alimentos. Um jovem pescador, todavia, teve dó dele e começou a alimentá-lo.
Com as forças refeitas, o Avô Crocodilo resolveu abandonar as paragens onde vivera e procurar terras mais para Oriente, para onde rumou transportando o rapaz no lombo. A viagem foi longa, até chegarem às ilhas de Sonda. Ali chegados, viram no negrume da noite aparecer uma esfera de fogo que logo espalhou uma luminosidade intensa e não era outra coisa senão o nascer do sol. Deslumbrado, o Avô Crocodilo começou então a transformar-se em terra e rochas, em floresta e praia que, no conjunto, formaram uma ilha em forma de crocodilo, a que os vizinhos malaios passaram a chamar Timor que, na sua língua, significa Oriente.
Não se sabe aonde, o rapaz que cavalgara o crocodilo conseguiu encantar uma malaia que o velho sáurio não se importou de transportar também – e foi desse casal, desse rapaz cheio de bondade e dessa moça cheia de amor e coragem que nasceram os timorenses de hoje. Corajosos e bons.
           * É Membro da Academia Luso-Brasileira de Letras