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13.7.11

«Soit la zone euro se fédéralise, soit l'Allemagne en sort»

Christian Saint-Etienne

Christian Saint-Etienne est membre du Conseil d'analyse économique auprès du Premier ministre et professeur d'économie au Centre national des arts et métiers. Dès 2009, il pointait dans «La fin de l'euro» les déséquilibres structurels de la monnaie unique.
Selon lui, la zone euro n'est plus viable dans sa forme actuelle. A défaut d'une fédéralisation, une sortie de l'Allemagne serait la «meilleure» solution.
Selon vous, quels problèmes pose l'euro dans sa forme actuelle?
La zone euro a un problème structurel: elle regroupe des pays qui n'ont rien à faire dans la même zone monétaire. D'une part, les pays du nord, l'Allemagne, les Pays-Bas, l'Autriche, qui ont choisi un modèle industriel exportateur ; de l'autre, les pays du sud, France, Italie, Espagne etc., et leur modèle de consommation, tiré en France par la dépense publique. Les premiers, en raison de leur industrie forte, ont les moyens de rester compétitifs avec un euro à 1,5 dollars. Les autres ne le sont plus au-delà de 1,3 dollars. Ce divorce s'est aggravé avec la crise de 2008. L'euro ne peut plus continuer tel qu'il est.
Que préconisez-vous?
La solution idéale serait de fédéraliser la zone, ce que les Allemands refusent. Il s'agirait d'une fédéralisation partielle, à 9, regroupant France, Bénélux, Allemagne, Autriche, Italie, Espagne, Portugal. On laisse aux Grecs un euro qui, du coup, sera dévalué. Et on crée un «new euro», avec un gouvernement économique et un vrai budget fédéral à 7 ou 8% du PIB. Ce dernier permet de redistribuer de l'argent entre les pays-membres pour compenser leurs différences de structure économique. La banque centrale reste indépendante, même si on peut imaginer de réécrire Maastricht pour lui donner, en plus de son mandat de stabilité des prix, une mission de croissance économique. Une telle zone deviendrait la deuxième puissance du monde. Mais soyons clair: la probabilité d'un tel scénario est quasi-nulle.
Alors quels sont les autres scénarios?
Soit les pays du sud adoptent le modèle du nord, ce qui techniquement est impossible avec un euro à 1,4 dollars. Il faudrait qu'il baisse, mais ce n'est pas dans l'intérêt de l'Allemagne. Soit les pays du nord sortent de l'euro. Dans ce cas, la dévaluation devient possible. On est en train d'en approcher. L'attaque sur la dette de l'Italie préfigure sans doute la même chose contre l'Espagne et la France.
Liberation

Cinq soldats français tués dans un attentat suicide en Afghanistan

Des soldats français du 7e bataillon de chasseurs alpins BCA, lors d'un entraînement le 28 janvier

Cinq soldats français et un civil afghan ont été tués mercredi en Afghanistan dans un attentat suicide contre un convoi militaire, dans la province de la Kapisa au nord-est de la capitale Kaboul, a confirmé la présidence de la République.
Quatre autres soldats français et trois civils afghans ont également été blessés lors de cet attentat suicide, qui intervient au lendemain d’une visite surprise de Nicolas Sarkozy en Afghanistan, a ajouté l’Elysée.
Les insurgés talibans ont revendiqué l'attentat dans un sms envoyé à l'AFP.

«Un terroriste a déclenché sa bombe à proximité des soldats français» alors qu'ils protégeaient une assemblée de notables à Joybar, dans la province de la Kapisa, selon la présidence qui ne dit pas explicitement qu'il s'agit d'une attaque suicide.

«Un kamikaze à pied a visé un convoi de l'armée française dans le village de Gulzarkhail, dans le district de Tagab. Il y a des victimes parmi les soldats français mais je n'ai pas plus de détails», avait auparavant déclaré à l'AFP Sayed Sakhidad Matin, chef de la brigade criminelle de Kapisa.
C’est l’attaque la plus meurtrière contre des soldats français déployés dans ce pays depuis l’embuscade d’Uzbin le 18 août 2008, qui avait fait 10 morts dans les rangs français.
Cet attentat porte à 69 le nombre de soldats français tués depuis le début de l’intervention française en Afghanistan fin 2001.
Liberation

Avião de turismo despenhou-se perto de Recife, 16 ocupantes morreram

O avião saiu do aeroporto de Recife às 6h15 locais (10h15 de Lisboa) e fez um contacto com a torre de controlo a avisar de um problema de emergência logo após a descolagem, segundo nota emitida pela Força Aérea Nacional.
O piloto terá avisado que faria uma aterragem de emergência, mas o avião caiu e incendiou-se logo de seguida. O avião caiu num terreno baldio, entre os bairros de Piedade e Boa Viagem.
A aeronave, um bimotor L410 de fabrico checo, pertencia à empresa de aviação regional Noar Linhas Aéreas e voava de Recife para a cidade de Natal, também no nordeste do país.
A companhia aérea que operava o voo iniciou as suas actividades em Junho do ano passado, tendo inaugurado a linha Recife-Natal em agosto.
A Força Aérea Brasileira iniciou as investigações para apurar os possíveis factores que contribuíram para o acidente.
Com Lusa

PORTUGUESES EMIGRAM COM DESTINO AO LUXEMBURGO E SUIÇA

Bruxelas, 12 jul (Lusa) – Os portugueses continuam a marcar os fluxos migratórios para o Luxemburgo e a Suíça, segundo um estudo hoje apresentado em Bruxelas.
Portugal é a origem de cerca de 11 por cento dos imigrantes na Suíça ao longo da última década, um fluxo confirmado pelos dados relativos a 2009, à frente dos imigrantes provenientes da França e Itália para o país helvético.
Portugal, à frente da França e da Bélgica, é o primeiro país de origem dos imigrantes no Luxemburgo (mais de 25 por cento dos estrangeiros entrados no país), segundo dados de 2009 que são sensivelmente iguais ao fluxo considerado entre 2000 e 2008.
O novo “outlook" das tendências migratórias, com dados relativos a 2009 e uma análise dos fluxos e estatísticas durante a década anterior, foi divulgado hoje em Bruxelas pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económicos (OCDE).
Em relação aos setores de atividade, o estudo assinala que a saída de portugueses para países do Espaço Económico Europeu se faz em empresas do setor da construção (cerca de metade, secundando apenas a Estónia) e do setor de manufaturas e energia (a um nível equivalente), sendo residual o fluxo migratório enquadrado em empresas de serviços.
“Estónia, Portugal, Malta, Islândia e a República Checa têm tendência para estar (presentes) na construção”, segundo a mesma análise de fluxos por setor de atividade feita pela OCDE.
Segundo a organização, Portugal faz parte do grupo de países com “um grande número de trabalhadores enviados” para o estrangeiro, a par da Polónia, Alemanha, França e Luxemburgo.
“Ao mesmo tempo, países de destino significativos são a Alemanha, a França, Bélgica, Holanda e Espanha”, acrescenta o relatório.
Em relação aos fluxos para Portugal, o relatório da OCDE regista um aumento significativo de imigrantes permanentes no país entre 2004 e 2009 e assinala a emergência dos estrangeiros provenientes dos países do Leste europeu, mas também da China, entre as novas comunidades residentes.
O estudo recorda que Portugal, à semelhança de outros países da União Europeia, abriu completamente o seu espaço à livre circulação de trabalhadores búlgaros e romenos em janeiro de 2009.
A OCDE constata também um aumento significativo do desemprego de longa duração (até 11 meses e mesmo de 12 a 24 meses) entre os trabalhadores de origem estrangeira.
O documento sublinha ainda que Portugal se distingue claramente como um dos países que, em rácio de população total, recebe menos pedidos de asilo, juntamente com a Coreia do Sul, o Japão e a Estónia no espaço da OCDE.
PRM
Lusa/Fim

O rating de Cavaco


O murro no estômago dado pela Moody’s e a segunda-feira negra das bolsas permitiram a Portugal acordar do conto de aldeia a que a manobra política para derrubar Sócrates reconduzira a evolução recente da economia portuguesa. A comunidade dos economistas e até a nova maioria descobriram subitamente que a saga especulativa global é um misto de block-buster servido pela CNN e do velho poema de Brecht que dizia, em versão livre, "primeiro eram judeus ou comunistas e não ligaste… quando foste tu já era tarde".
Quinze dias de novo Governo, duas reuniões europeias e a pressão sobre a Itália e a Espanha bastaram para que Portugal deixasse a luta política tipo Morgadinha dos Canaviais e se assumisse co-mo vítima menor de um Império Contra-Ataca da economia global.
É decisivo valorizar um consenso alargado em torno da necessidade de conjugar consolidação orçamental com concertação social e uma estratégia de crescimento.
A devoção ideológica liberal orgulhosa de ir além da troika, para além de acentuar uma espiral de austeridade e recessão, destruiria o maior capital político de Portugal relativamente à Grécia assinalado pela nova diretora-geral do FMI. A Grécia tem uma direita irresponsável e um ano de cobaia de receitas erradas. Portugal tem um programa de intervenção negociado pelo PS e a expetativa de um Governo sensato.
Quando é a Itália que está em causa, sempre com uma dívida pública maior do que a nossa, talvez chegue a hora da resposta europeia integrada que falta desde o início de 2010, quando Merkel achava que existia apenas uma periférica questão grega.
Os deuses ocultos dos mercados multiplicaram crédito fácil, desigualdades e produtos tóxicos. Em 2008, os Estados salvaram os banqueiros irresponsáveis e coletivizaram os calotes, mas a natureza do escorpião não perdoa… Bem vindos ao mundo real… Entre nós, o mais veterano político profissional no ativo foi no discurso de posse o rosto da ilusão tecnocrática para iludir a manipulação política. Agora que foi sujeito a uma penosa revisão do rating político, é tempo de tentar falar claro aos portugueses, incluindo aos que nele não votaram.
Eduardo Cabrita - Deputado PS