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31.1.12

"Domingo Sangrento" - Remember



Na História mundial são alguns os domingos sangrentos de que há memória. Mas a tragédia que para sempre ficaria recordada como "Bloody Sunday" ocorreu a 30 de janeiro de 1972, faz hoje 40 anos, quando um protesto pacífico em Londonderry, na Irlanda do Norte, foi reprimido de forma violenta pelo Exército britânico, causando 13 mortos, seis deles menores, além de 17 feridos, um dos quais veio a falecer pouco tempo depois.

Entre sete mil a 10 mil pessoas marcharam nesse domingo nas ruas de Londonderry em defesa dos Direitos Humanos, apelando ao fim da política de "Internment" implementada pelo Governo britânico em 1971, na Irlanda do Norte, que permitia o aprisionamento, sem julgamento, de nacionalistas suspeitos de pertencerem ao movimento independentista IRA ou outros grupos radicais.

A manifestação pacífica, na qual os participantes eram católicos a favor da reunificação das "duas Irlandas", acabou em tragédia fatal para 14 famílias. No entanto, a investigação realizada de seguida, nada minuciosa, exonerava os militares britânicos de qualquer culpa no massacre, referindo que estes tinham aberto fogo apenas depois de serem atacados. Este relatório originou sucessivos movimentos de apelo a novas investigações, mais isentas, o que só acabou por acontecer em 1998, numa decisão do Governo trabalhista do primeiro-ministro Tony Blair.
Ler mais: http://aeiou.expresso.pt/domingo-sangrento-foi-ha-40-anos=f702029#ixzz1l4uEofpm

Portugueses em Andorra: abertura do consulado de Portugal para breve.


Estamos certos de que entre a interrupção dos serviços da embaixada de Portugal e a abertura do futuro consulado de Portugal em Andorra, vai decorrer pouco tempo; nisso estamos empenhados e  a trabalhar com afinco para que a espera seja tão reduzida quanto possivel.

Entretanto, e em casos de urgência, os nacionais poderão dirigir-se ao consulado-geral de Portugal em Barcelona.

Esperamos ter inauguração para muito em breve (março?).

O futuro consulado vai responder globalmente às necessidades dos Portugueses radicados em Andorra.

Vai valer a pena esperar um bocadinho...
JMIRA.

Aterragem de emergência em Berlim

Aterragem de emergência em Berlim - EPA/Soeren Stache
Um Boeing da Air France, com 316 pessoas a bordo, que fazia a ligação entre Paris e Pequim, foi obrigado a realizar uma aterragem e emergência no aeroporto de Tegel, em Berlim. A tripulação detectou uma fuga de combustível num dos motores e foi preciso desliga-lo.

Antes da aterragem, o avião foi obrigado a largar combustível, mas tudo decorreu sem problemas.

Diz o Daniel Oliveira: da assustadora ousadia alemã a uma mão cheia de nada


Confesso que há coisas que não esperava assistir na minha vida. 65 anos passados do fim da II Guerra, do perdão europeu e americano ao criminoso expansionismo alemão, de todas as concessões para garantir a paz, da construção do que viria a ser uma União Europeia baseada na boa relação e solidariedade entre os europeus, do enorme apoio que a Alemanha recebeu da Europa para a sua reunificação e da ajuda que o euro significou para a sua economia, a proposta de uma segunda "ocupação" de Atenas, através do sequestro da sua soberania orçamental por Berlim, é mais do que um insulto à memória coletiva da Europa. É um ato hostil contra um país da União.
Na Grécia, segundo sondagem recentes do semanário Epikaira, os partidos contra o acordo com a troika representam já quase 40% dos votos. Os dissidentes de esquerda do PASOK têm 13% e os comunistas do KKE e a esquerda do Syriza (o BE lá do burgo) 12,5% cada um. A direita fica abaixo da soma destes partidos (Nova Democracia com 30,5% e os extremistas do Laos com 6%) e os antes poderosos socialistas com uns humilhantes 12% (arriscam-se a transformar-se na quinta força política). A reação à loucura de Bruxelas já se sente na Grécia e o governo de "tecnocratas" começa a ter pouca margem de manobra. E isto explica a frase do ministro das finanças grego, Evangelos Venizelos: "quem põe um povo perante um dilema entre a ajuda financeira e a dignidade nacional ignora as lições da históricas fundamentais". Ponham muitas aspas em "ajuda" e têm a verdade nua e crua do que está em causa.
E não, não me venham de novo com a falta de paciência dos alemães para o mau comportamento do Sul. Socorro-me das palavras de Anatole Kaletsky no "The Times": "A verdadeira causa do desastre do euro não é a França, a Itália ou a Grécia. É a Alemanha. O problema fundamental não reside na eficiência da economia alemã, embora tenha contribuído para a divergência dos resultados económicos, mas no comportamento dos políticos e banqueiros centrais alemães. O Governo alemão não se limitou a vetar permanentemente as únicas políticas que podiam ter colocado a crise do euro sob controlo - garantias coletivas europeias para dívidas nacionais e intervenção em grande escala do Banco Central Europeu. Para piorar a situação, a Alemanha tem sido responsável por quase todas as políticas erradas postas em prática pela Zona Euro, que vão desde subidas loucas da taxa de juros no ano passado pelo BCE até exigências excessivas de austeridade e perdas bancárias que agora ameaçam a Grécia com uma bancarrota caótica."
O melhor retrato da cimeira de ontem é este: enquanto, nos salões, os governantes continuam cegos ao que se passa na Europa, Bruxelas estava paralisada por uma greve geral, o que obrigou os chefes de Estado a deslocarem-se para a cimeira de helicóptero e a usarem bases militares. O caos que a medíocre classe política europeia está a criar na Europa poderá vir a ter um preço bem mais alto do que se imagina.
À peregrina ideia dos alemães aconteceu o que tinha de aconteceu: morreu. Foi até aprovado um pacote pelo emprego e até ouvimos umas frases redondas sobre o crescimento. E segue, através do "pacto orçamental", a imposição de défices burocráticos à custa da ruina das economias que só garantem um ainda maior desequilíbrio nas contas públicas (que, vejam bem, dependem da saúde económica dos países).
Casar a austeridade com o crescimento, é o que se defende. Parece que vai demorar algum tempo até que se perceba que austeridade e crescimento, em plena crise económica, é um matrimónio sem futuro. Mais esta aspirina, sem as medidas que são defendidas por Kaletsky no "The Times", terá o mesmo efeito que as medidas decididas nas anteriores cimeiras. Está, portanto, tudo na mesma. Ficamos à espera de saber qual a sentença para os gregos. Provavelmente ficarão mais tempo ligados à máquina, sem a esperança de sobreviver a esta criminosa "cura".