Libellés

15.4.11

Nous n'allons plus alimenter les banques !

Les taux grecs et portugais dépassaient à nouveau vendredi leur plus haut historique depuis la mise en place de la monnaie unique européenne et les taux irlandais se tendaient alors que les pressions pour restructurer les dettes de ces pays se multiplient.

A 11H00 (09H00 GMT), les taux grecs à 10 ans grimpaient à 13,176% contre 13,156% la veille à la clôture. Les taux à 2 ans s'établissaient de leur côté à 17,899% contre 17,829% jeudi soir à la clôture.

Les taux portugais à 10 ans montaient pour leur part à 8,826% contre 8,767% la veille.

"De plus en plus de personnes très écoutées par les marchés évoquent une restructuration de la dette pour plusieurs pays de la zone euro", a commenté Patrick Jacq, stratégiste obligataire chez BNP Paribas.

Ainsi, pour Mohamed El-arian, PDG de Pacific Investment Management Company (PIMCO), le plus gros fonds de gestion obligataire au monde, une restructuration des dettes grecque, portugaise et irlandaise est inévitable alors que l'Espagne devrait être épargnée, selon un entretien accordé jeudi soir à la chaîne américaine CNBC.

Les marchés envisagent depuis plusieurs semaines un tel scénario, conforté récemment par certains dirigeants européens. Jeudi, le ministre allemand des Finances Wolfgang Schäuble avait affirmé que "des mesures supplémentaires" pourraient être prises pour trouver une solution à l'endettement de la Grèce. Dans le sillage de cette déclaration, les taux grecs à 10 ans avaient franchi pour la première fois le seuil symbolique des 13%.

"On pensait que la demande d’aide financière du Portugal allait apaiser les craintes mais comme aucune solution globale et pérenne n'est pour l'instant en place, l'incertitude augmente", a commenté un analyste sous couvert d'anonymat.
Dernière pression en date, l'agence de notation Moody's Investors Service a abaissé de deux crans la note de l'Irlande de "Baa1" à "Baa3", reléguant l'île au plus bas niveau possible pour les emprunteurs fiables, en raison de la dégradation des perspectives économiques du pays.

Dans le sillage de cet abaissement, les taux longs irlandais montaient à 9,266% contre 9,157% jeudi soir.
CONCLUSION: NOUS NE PAIERONS PAS ET QUAND L'EURO S'EFFONDRERA...NOUS VERRONS BIEN QUI RIRA !

De nouveaux témoignages accablent "Il mafioso" Berlusconi

Ambra Battilana, posant pour le concours Miss Italie. Cette jeune fille âgée de 19 ans affirme avoir assisté à des soirées de débauche dans la villa d'Arcore du président du Conseil italien Silvio Berlusconi. Crédits photos : Miss Italia/AFP
Ambra Battilana, posant pour le concours Miss Italie. Cette jeune fille âgée de 19 ans affirme avoir assisté à des soirées de débauche dans la villa d'Arcore du président du Conseil italien Silvio Berlusconi. Crédits photos : Miss Italia/AFP Crédits photo : -/AFP

LIRE LA SUITE SUR: http://www.lefigaro.fr/international/2011/04/15/01003-20110415ARTFIG00544-de-nouveaux-temoignages-accablent-berlusconi.php

O Titanic europeu desgovernado

É possível que a Finlândia vete a intervenção financeira em Portugal. Um conjunto de economistas alemães interpôs uma ação judicial com o mesmo objetivo. Na Finlândia e na Alemanha, assim como na Holanda e noutros países que têm escapado ao ataque especulativo às economias do euro, o discurso sobre a preguiça e a incompetência dos PIGS faz o seu caminho. O complexo de superioridade latente ajudam à festa.
Não sabem os senhores, sobretudo os alemães, que no dia em que os "pigs" rebentarem são eles que ficam a arder. A sua banca, que se está a recapitalizar à conta do BCE e dos juros de assalto que cobra aos devedores, dará o berro. Alguns holandeses, que andaram a investir nos bancos islandeses, julgando que tinham descoberto o ovo de colombo, já sentiram como elas doem. Tivesse a Irlanda feito o mesmo que a Islândia e lançaria o pânico na city londrina. E se, como parecem desejar os eleitores finlandeses, Irlanda, Portugal, Grécia e Espanha declararem bancarrota o euro dará finalmente o berro. E virá o colapso do sistema financeiro dos que se julgam a salvo desta hecatombe.
A verdade é esta: a intervenção externa nos países periféricos tem como objetivo levar tudo o que haja para levar até secar o poço. E garantir que os credores se salvam da tormenta. Mas quer nas economias fortes, quer nas economias fracas, a narrativa tem sido outra: os devedores são irresponsáveis e os que fez tudo bem é que paga a fatura. A infantilidade do raciocínio tem muitos adeptos. Lá e cá.
Nos países mais ricos a coisa cola com facilidade. Nos países mais pobres é mais fácil exigir sacrifícios se acreditarmos nesta história. Só há um pequeno problema com este discurso: se ele acalma a revolta no Sul, atiça a raiva no Norte. E, perante líderes fracos num lado e povos dóceis no outro, são os que se julgam a salvo que vão fechar a torneira, garantindo assim, sem o saber, que a crise chega a eles mais depressa.
Se ninguém fizer nada para travar esta espiral de cegueira, será assim a história do fim da União Europeia e da sua moeda: cada um tentou salvar si e todos se afogaram no fim. Criámos uma moeda sem poder político que a governe, criámos um espaço económico comum sem coesão social e sem orçamento próprio, criámos um monstro incontrolável. Era inevitável que quando as coisas dessem para o torto tudo se desmoronasse.
A tripulação deste navio não parece querer explicar aos finlandeses que se decidirem deixar a água inundar as camaratas até as suites mais finas acabarão no fundo do mar. Nenhum comandante tem coragem de dizer aos alemães que os passageiros que viajam em económica serão apenas os primeiros a afogar-se. Nos salões europeus, os passageiros mais distintos, incomodados com a gritaria da plebe irresponsável que corre sem destino pelo convés, continuam a ouvir a orquestra, julgando que o naufrágio não lhes diz respeito. Os passageiros menos abonados continuam demasiado ocupados com o seu próprio enjoo para reagir racionalmente ao estado de alerta. E só quando o Titanic europeu finalmente afundar uns e outros perceberão que seguiam todos no mesmo barco desgovernado.

DANIEL OLIVEIRA IN EXPRESSO