16.9.11

Greve na Suiça. Apos o desespero...

Um grupo de centenas de agitadores começou a provocar a polícia, atirando objectos e derrubando as barreiras de segurança
"A greve, a decorrer no mês de Setembro, dos funcionários consulares da Embaixada em Berna, Consulados de Genebra, Zurique, os Escritórios em Lugano e Sion e a delegação da ONU, é mais do que compreensível; "era a última alternativa que lhes restava".
Sabe-se que a situação salarial dos trabalhadores consulares, professores e outros funcionários do Estado português em actividade na Suíça, se agrava há vários meses.
A indiferença e o reconhecido desdém dos actuais governantes perante a precária situação financeira dos seus funcionários, provocada pela diferenciação cambial e do aumento dos vários impostos sobre os salários, merecem, por parte da comunidade portuguesa residente na Suíça a total condenação.
O Governo Português não está a honrar com os seus compromissos, garantindo, como é sua obrigação, os meios de sustentabilidade necessários aos funcionários em actividade no exterior.
Senão, vejamos, considerando as perdas cambiais e os cortes salariais, em média, os salários dos funcionários consulares rondam um pouco mais de dois mil e setecentos francos suíços, menos que o salário mínimo garantido a um trabalhador da indústria hoteleira. Deste montante, mais de 60 por cento, são destinados a pagamento das rendas dos alojamentos, fora o resto. Com salários deste valor é impossível viver condignamente na Suíça.
A greve, a decorrer no mês de Setembro, dos funcionários consulares da Embaixada em Berna, Consulados de Genebra, Zurique, os Escritórios em Lugano e Sion e a delegação da ONU, é mais do que compreensível; "era a última alternativa que lhes restava".
Para além da prevista greve, as autoridades portugueses tiveram conhecimento, na sequência de um abaixo-assinado que lhes foi entregue, do provável envio de uma carta de denuncia da situação a Micheline Calmy-Rey, Presidente da Confederação Helvética e Ministra dos Negócios Estrangeiros Suíça, "explicando a situação de precariedade em que vivem os funcionários consulares portugueses neste país." Tais funcionários foram sucessivamente recebidos, este mês pela referida Ministra Suíça, a imagem de Portugal fica, longe, muito longe, da imagem digna de Portugal parceiro internacional respeitado, um país moderno, um país que quer estar na linha da frente da União
Europeia.
A realidade é amarga! Ao ser mantida esta situação por muito mais tempo pode levar as famílias dos funcionários a terem de recorrer à assistência social local. O Governo Sócrates / PS sabia disso e não agiu e, o que custa ainda mais é que, o actual Governo PSD, que sempre se colocou a favor destes funcionários, quando estava na oposição, agora ignora a gravidade da situação. Perante o facto, das duas, uma, ou estamos presente a um outro, Governo que está a dormir, ou que pretende alastrar a guerra social contra os trabalhadores e a população portuguesa para fora das suas fronteiras. Também pode ser as duas coisas! Estamos certos que os trabalhadores consulares vão
conseguir superar os desânimos, as resignações, os medos, e lutar contra este estado de coisas. E, não esqueçam, serão mais fortes com a solidariedade dos utentes, com a solidariedade comunidade portuguesa.
É preciso derrotar esta situação que a todos penaliza.
Basta!!!! Vamos dar uma volta a isto!!!"

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