Nolito e um arsenal de soluções
LUÍS PENA VIEGAS
O Benfica bateu ontem o Arsenal, da Premier League, conquistando a Eusébio Cup, mas foi na derrota que se viu do que é feita a equipa de Jesus. Chegar ao intervalo a perder com um adversário que lutou quase até à última pelo título inglês foi coisa que não assustou o vice-campeão luso, capaz de dar a volta ao resultado - com Nolito uma vez mais a jogar uma enormidade (fez um golo e uma assistência) e sem precisar de apelar à raça ou ao risco. Ou seja, este Benfica tem personalidade, o que, somado a um conjunto de individualidades de excepção - caso de Axel Witsel, um craque! -, promete uma temporada diferente para melhor. E o 4x2x3x1 tem mais força nesta altura.
Apostando de início numa mescla entre titularíssimos e gente de segunda linha, Jesus viu um Arsenal superior durante a primeira parte e viu também uma defesa que, por força da inclusão tardia de alguns atletas, tem ainda naturais dificuldades - as bolas nas costas e no espaço entre o lateral e o central aproximaram facilmente o Arsenal da baliza do estreante Eduardo. Mais em contragolpe, com dois homens na cobertura defensiva - tentando chamar ao jogo Jara e baralhar as marcações com os movimentos interiores de Enzo e Bruno César -, o Benfica ainda criou lances de perigo, mas foi o Arsenal que chegou à vantagem, por intermédio do holandês Van Persie, em lance irritante de tão perfeito.
E eis que chegou o intervalo e Jesus lançou oito novos jogadores - ficaram Amorim (nesta altura titularíssimo, em face das férias de Maxi Pereira), Luisão e Javi García. Mais não fez o técnico das águias do que colocar em campo a equipa que dá mais e melhores garantias, com os jogadores certos para um esquema diferente, que pode ser a imagem de marca deste novo Benfica: 4x2x3x1. Witsel parece que já tem anos de casa, Gaitán desequilibra na ala direita e ainda aparece com frequência em zona de finalização, Aimar (quem o viu e quem o vê) corre o campo todo e Nolito... bem, Nolito ou engatou ou promete deixar uma marca realmente séria no futebol português.
Este quatro jogadores - com Javi a segurar as pontas - provaram que os encarnados têm um arsenal de opções do meio-campo para a frente, chegando à área adversária tanto em técnica como em velocidade. É um facto que Wenger também fez entrar alguns jogadores absolutamente desconhecidos (e alguns, pelo que mostraram, continuarão no anonimato), mas nem isso tira mérito à equipa da Luz, que entre os 50' e os 60' deu a volta ao resultado, em dois lances com nada de fortuitos. O 1-1 nasceu de uma jogada de entendimento entre Aimar e o inevitável Nolito, que assistiu o argentino para uma finalização na cara do guardião do Arsenal, e o 2-1 saiu da inspiração do ex-Barça - a passe do compatriota Capdevila (bela estreia) -, em movimento à... Simão. E na restante meia hora quem mais se destacou ainda foi o guardião Fabianski, evitando que a vitória portuguesa fosse mais expressiva.
O Jogo
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