2011-12-08

Jovem português descobre proteína de combate à SIDA


cientista

O desenvolvimento de uma proteína com potencial para combater o vírus da SIDA valeu ao jovem cientista português Bruno Correia e à sua equipa a publicação de um artigo científico na conceituada revista «Science».

Bruno Correia considera-se «um rapaz muito humilde» para quem «as coisas começaram a fazer sentido ao ver uma proteína em computador», noticia a agência Lusa.

A equipa integrada pelo cientista português de 31 anos desenvolveu em laboratório, a partir de modelos computacionais, uma proteína com potencial para «criar anticorpos para neutralizar o vírus» da imunodeficiência humana (SIDA), utilizando um novo caminho para uma vacina, e que pode mais tarde ser usado no tratamento a muitas outras doenças.

Em declarações à agência Lusa, Bruno Correia, que se encontra a trabalhar no Scripps Research Institute, na Califórnia, há três meses, disse que este «é um conceito altamente experimental» e que «ainda (se está) a uns anos (da vacina), se alguma vez funcionar».

O cientista diz que com os métodos usados para criar a proteína é possível aperfeiçoar o desenho de enzimas com interesse biotecnológico, aplicações biomédicas e inibidores de doenças, biocombustíveis e até criar proteínas com funções totalmente novas.

Esta proteína foi criada com uma função específica e já decorre a difícil fase de manipulação para que de facto sejam criados os pretendidos anticorpos eficazes contra o vírus.

«É muito complicado desenhar estas moléculas, mas mais complicado ainda é fazer com que se comportem como uma vacina. Comparado com o que é necessário atingir, ainda falta muito», revela o cientista português, que em Portugal passou pela Universidade de Coimbra e pelo Instituto Gulbenkian de Ciência.

A proteína já foi produzida e testada experimentalmente em laboratório, e mesmo administrada em seres vivos, mas «os primeiros resultados ainda são limitados».

A parte por que Bruno Correia é responsável no artigo na «Science», em que participaram 13 cientistas, baseia-se na sua tese de doutoramento feita na Universidade de Seattle, sobre o desenvolvimento de métodos computacionais e experimentais para fazer modulação de proteínas.

Através de cálculos e do software, foram criadas novas sequências para a proteína poder atingir os objectivos pretendidos.

«O HIV é uma prioridade, mas há outras doenças. A técnica não é só aplicada para o desenho de vacinas. Fomos financiados para este vírus, mas a técnica é mais vasta», diz Bruno Correia.

O programa de doutoramento do Instituto Gulbenkian de Ciência foi «a grande revolução da vida» para o jovem cientista, um dos primeiros alunos da primeira edição do programa de biologia computacional.

O jovem cientista português revelou que gostava de voltar a Portugal, mas os próximos dois a três anos serão de pós-doutoramento, para «atingir outra maturidade científica e conhecer outros campos, alargar conhecimento, tentar estabelecer de forma mais independente, ter próprio grupo de investigação».

Nestas coisas, como disse, «não sabe» se é antiquado ou não, mas entende que tem «uma certa dívida patriótica pelas oportunidades dadas com o dinheiro dos contribuintes portugueses», pelo qual confessou ter «grande respeito», considerando que «é dinheiro muito suado», como realçou.

«Se tiver algum dia oportunidade de poder dar alguma coisa de volta, então muito bem. Se não, continuamos amigos na mesma. Vamos à procura noutros sítios. Hoje também vivemos num mundo global onde não se pode fechar a porta a nada», concluiu.

2011-12-07

Video - Humor - Live - Raul Solnado - O aumento do patrão


"O aumento do patrão" - Live 1967

Fotografia - "O Mar Morto"

Formação de Sal no Mar Morto (Baz Ratner/REUTERS)



O Mar Morto tem peculiaridades que o tornam único. Uma delas é o alto nível de salinidade. A agência Reuters divulgou imagens aéreas de uma beleza rara, que retratam as formações de sal do Mar Morto. 

O Mar Morto banha Israel e Jordânia e tem um nível de salinidade dez vezes superior ao dos restantes oceanos. 

"Azuis" cinzentos empatam com Zenit (0-0) e caiem para a Liga Europa


O FC Porto lutou, atacou mais, teve oportunidades, mas não as conseguiu concretizar. O nulo no Dragão, apurou o Zenit e relegou os azuis e brancos para a Liga Europa, onde vão defender o título.
O FC Porto iniciou o jogo, com a mesma equipa que derrotou o Shakhtar e o Sp. Braga, ou seja com Maicon nas laterais, Defour e João Mourinho e Fernando no miolo e com Hulk na frente do ataque, acompanhado de Djalma e James.
Os dragões tiveram tudo para assegurarem a qualificação e em primeiro lugar, o Shakhtar vencia fora, bastava um golo, um simples "movimentar" de rede para continuar na Liga dos sonhos. O FC Porto entrou com fulgor e vontade, queria abdicar de defender o seu titulo na Liga Europa e assegurar presença nos melhores 16 da Europa.
Faltou sempre a referência, a ave de rapina que tão bem esvoaçou pelas áreas adversárias na época passada. Mas hoje ganhou-se um enorme Moutinho. O pequeno número 8 logo aos 5 minutos, isolou um deslumbrado Djalma que com tamanhas facilidades, não conseguiu bater Malafeev. Malafeev um nome que será amaldiçoado para sempre para os lados do Dragão.
O Zenit esse, foi um vodka de Catenaccio, à italiana, sempre atrás da linha da bola, à espera de um deslize para matar a partida. Danny, "o cãozinho necessitado", foi sempre abafado pela retaguarda dos "dragões" e pelos assobios que vinham da bancada.
Na segunda parte, o FC Porto mudou a face, aparece com mais vontade, Vítor Pereira tirou Defour e colocou James na zona central, Kléber foi para a frente.
O colombiano começou a assumir mais o jogo libertando-se das marcações. Hulk ameaçou logo a abrir com um remate cruzado a passar muito perto do poste (49).
James voltou a tentar a sorte, num remate cruzado com a bola quase a beijar o ferro. Pouco depois o Shakhtar marcava, o sonho tomava forma, mas falhava no conteúdo.
Entrou Varela, arriscava-te tudo, bola para a frente. Moutinho recupera uma bola, cruza para a área, o mesmo destino, as mãos de Malafeev.
O tempo passa, James combina bem com Kléber, dispara, no dragão suspira-se pelo som do ecoar da rede, Malafeev brilha novamente.
Toda a gente de pé, assobia-se o Zenit, entra o capitão Bruno Alves, Rolando vai para a área. O árbitro dá três minutos de compensação, canto para o porto, novo canto, a bola hoje não foi fiel. Acabou! o FC Porto vai defender o título na Liga Europa.

2011-12-06

Preparem-se, a Europa está a morrer


Helena Garrido - Helenagarrido@negocios.pt


A União Europeia e o euro estão a morrer às mãos da Alemanha. Pela Alemanha nasceram, por causa da Alemanha arriscam a morte.

Hoje todos aceitam as directivas de Angela Merkel que Nicolas Sarkozy finge serem também da França. Estamos submergidos pelas dívidas e subjugados pelo terror do fim do euro. Mas a humilhação dos povos, pelos menos de alguns, paga-se.

As bolsas festejaram, as taxas de juro caíram e os líderes do outro lado do Atlântico respiraram de alívio. Mas tudo pode ser efémero. Pela actuação dos investidores e pelo que a história ensina dos povos europeus.

Os que ditam as regras do mercado, claro, reagem mais rapidamente que os povos. Ontem, ao fim do dia, a agência de "rating" Standard & Poor's revelava ao "Financial Times" a possibilidade de baixar o "rating" da Alemanha, França, Holanda, Áustria, Finlândia e Luxemburgo que hoje contam com a nota máxima (três A). Basta a França perder o valor de país sem risco para o mesmo acontecer ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) que está a angariar recursos para países como Portugal. No outro lado do Atlântico, onde se compreende muito bem como funciona a economia financeira, valem zero as conversas sobre revisões de tratados e regras de disciplina financeira que levam meses e são ditados por dois países em 17 ou 27.

Deste lado do Atlântico, quem conhece a Europa, sabe que a dupla Merkzozy traçou um caminho incerto para ganhar a batalha do colapso imediato do euro mas aprofundou ainda mais as feridas, abertas desde que esta crise começou em 2010, na soberania e na democracia dos países europeus e da União Europeia.

A Europa de Jean Monnet foi construída com os valores do respeito pelo outro, num tempo em que a Alemanha não era a grande Alemanha, mas a Alemanha saída da guerra - como este fim-de-semana lembrou Helmut Schimdt. Os tratados foram sempre revistos num ritual que respeita os valores da democracia e a diferença entre os povos. Nunca nasceram de reuniões entre a França e a Alemanha. Sim, a história conta que o euro nasce de um compromisso entre Paris de Miterrand e, na altura, Bona de Kohl. Eu, disse a Alemanha, concordo em partilhar a minha soberania monetária, e eu, disse a França, concordo com a unificação alemã. Mas nem por isso se deixou de construir um Tratado, o de Maastricht, com todos os rituais que os valores da democracia e liberdade exigem.

A Alemanha prefere sacrificar os valores da democracia e da igualdade entre os povos no altar da sacrossanta proibição do financiamento monetário da dívida que vai alimentando ganhos financeiros. Sem se dar conta, a Alemanha está a ser cúmplice dos ganhos de milhões que muitos bancos, investidores, estão a obter, cobrando 6 a 7% aos Estados soberanos do euro para, com esses títulos, a renderem essas taxas, irem buscar dinheiro a 1% ao BCE. Porque o banco de Frankfurt pode deixar os bancos ganharem dinheiro à custa dos soberanos, mas não pode ajudar directamente os povos. Porque, na narrativa que nos vai sendo feita, os povos têm de ser castigados por terem gasto de mais. Sem que ninguém queira saber porque gastaram e como gastaram e muito menos quem foi que quebrou, sem consequências, a regra do Pacto de Estabilidade.

Temos de nos preparar. Os povos sofrem, mas não esquecem. De Atenas a Dublin, passando por Lisboa, de Roma a Madrid, as feridas vão ficando. Podemos estar seriamente perante a vitória numa batalha que nos lança para a pior das guerras, a da desintegração europeia.

A imagem do dia 06-12-2011 (Video)

Jupiter Rotation Movie from Pic du Midi
Image Credit & Copyright: S2P / IMCCE / OPM / JL Dauvergne et al.
Explanation: Observe the graceful twirl of the Solar System's largest planet. Many interesting features of Jupiter's enigmatic atmosphere, including dark bands and light zones, can be followed in detail. A careful inspection will reveal that central clouds rotate slightly faster than clouds toward the poles. The famous Great Red Spot is visible at first but soon rotates out of view, only to return near the movie's end. Other smaller storm systems ocassionally appear. As large as Jupiter is, it rotates in only 10 hours. Our small Earth, by comparison, takes 24 hours to complete a spin cycle. The above high-resolution time-lapse movie was captured over the past year by the one-meter Telescope at the Pic du Midi Observatory in the French Pyrenees. Since hydrogen and helium gas are colorless, and those elements compose most of Jupiter's expansive atmosphere, what trace elements create the observed colors of Jupiter's clouds remains unknown.

O significado da palavra "PORTUGAL"


Descobriu-se agora o significado da palavra P.O.R.T.U.G.A.L.:

País Onde Roubar, Tirar, Usurpar, Gamar e Aldrabar, é Legal !!!!

(do nosso correspondente Paulo S.)

Diz o Daniel Oliveira: "O governo usa a polícia para instigar a violência?"


Quando, no dia da Greve Geral, sindicatos e manifestantes dispersos informaram da presença de agentes infiltrados na concentração em frente à Assembleia da República, a PSP e o ministro da Administração Interna desmentiram. Perante as imagens captadas por anónimos e jornalistas de um polícia à paisana a espancar um cidadão, a polícia informou que se tratava de um cidadão alemão procurado pela INTERPOL. Revelou-se uma imaginativa falsidade. Se fosse verdade seria muito grave, já que a pessoa em causa saiu em liberdade, por ordem do tribunal, no dia seguinte.
Saltando de mentira em mentira, o assunto foi morrendo nos jornais. Mas as imagens de vídeo e de fotografias (assim como a pesquisa das imagens de televisão transmitidas naquele dia) começam a deixar clara uma coisa muitíssimo mais grave: tudo aponta para a existência de agentes provocadores naquela manifestação. Ou seja, agentes à paisana que instigaram a atos de violência, que insultaram e provocaram os seus colegas, fazendo-se passar por manifestantes (tudo convenientemente próximo da comunicação social), e que até estiveram na primeira linha do derrube das barreiras de segurança. Ou seja, que acicataram os manifestantes mais exaltados, fazendo-se passar por seus "camaradas", e que criaram o ambiente que justificaria, de alguma forma, uma intervenção policial em direto nos canais de notícia, ofuscando assim a greve geral.
A confirmarem-se todas as informações documentadas por imagens que vão chegando à Internet (a polícia já confirmou que dois homens que aparecem em fotografias a envolverem-se em desacatos contra os seus colegas são agentes) isto tem de ter consequências. Como cidadão pacifico e cumpridor da lei, quero poder usar da minha liberdade de manifestação, consagrada na Constituição, sem correr o risco de me ver no meio de uma guerra campal. É essa, supostamente, a função das forças de segurança. Se elas trabalham no terreno para causar os distúrbios (justificando uma intervenção que ajuda a criminalizar o protesto e ofuscar os objetivos das manifestações), elas passam a ser um factor de insegurança e de ilegalidade.
Claro que não acredito que aqueles agentes, a confirmar-se o que as muitas imagens que por aí circulam indiciam de forma tão esmagadora, tenha agido por mote próprio. Por isso, quero saber quatro coisas:
1. Se está garantida uma investigação independente - é para isto que serve a Inspeção Geral da Administração Interna (IGAI) - para saber quem são aqueles homens que ora aparecem a insultar e provocar polícias ora aparecem a ajudar a prender manifestantes?
2. Caso se confirmem as suspeitas, de onde veio a ordem para ter agentes à paisana numa manifestação com o objetivo de criar um ambiente violento naquilo que deveria ser uma manifestação pacifica?
3. Caso essa ordem tenha vindo da direção-geral da PSP (seria ainda mais assustador perceber que a polícia está em autogestão), o que pretende fazer o ministro com o seu diretor-geral? Deixar à frente das forças de segurança pública um agitador que espalha a desordem nas manifestações?
4. Caso a ordem tenha vindo da direção-geral da PSP com o conhecimento do ministro, o que pretende fazer o primeiro-ministro? Deixar no seu lugar um político apostado a criar um clima de insegurança nas manifestações e assim violar um direito constitucional?
Por mim, como cidadão, não desistirei deste tema até as imagens que estão disponíveis serem devidamente esclarecidas e, caso se prove o que elas indiciam, os responsáveis por este ato contra a paz social e a liberdade sejam politicamente, disciplinarmente e criminalmente punidos. E pelo menos nisto, junto-me ao Sindicato do Ministério Público e ao Bastonário da Ordem dos Advogados que exigem esclarecimentos e as devidas medidas de punição para os responsáveis.
Nada tenho contra a PSP. Nem contra a instituição, nem contra os seus profissionais, que também são vítimas da austeridade. Considero que a polícia, quando faz o seu trabalho, garante a nossa liberdade. Incluindo a liberdade de manifestação, impedindo que provocadores ou idiotas se aproveitem de protestos pacíficos para espalhar a violência. Mas quando a polícia serve (ou é usada pelo poder político) para criar um ambiente de medo e um clima de violência que justifique a limitação das liberdades fundamentais, não posso, como cidadão, ficar em silêncio. Nem eu, nem todos os que acreditam e defendem a democracia.
Do muito que está disponível, podem ver este vídeo, estas fotos e esta notícia:


Ler mais: http://aeiou.expresso.pt/-o-governo-usa-a-policia-para-instigar-a-violencia=f692344#ixzz1fkyaaayt

2011-12-05

Ana Drago: acordo Sarkozy-Merkel é «assustador»

Ana Drago

A deputada bloquista Ana Drago considerou esta segunda-feira «absolutamente assustador» para a continuidade da União Europeia o anúncio de medidas «limitadoras da soberania» dos Estados-Membros, quando a moeda única enfrenta uma «crise profunda e sistémica».

Ana Drago reagia, em declarações à Agência Lusa, às linhas do acordo franco-alemão Sarkozy-Merkel hoje alcançado sobre a governação da União Europeia e da Zona Euro.

«Hoje, é de temer, de facto, a continuidade do euro e da construção europeia numa lógica comunitária», opinou, sustentando que é «deitar gasolina em cima da fogueira» a apresentação de «um conjunto de medidas limitadoras da soberania» dos Estados-Membros da União Europeia, antes da cimeira de Bruxelas de quinta e sexta-feira e «num contexto de crise profunda e sistémica» da moeda única.

Segundo a parlamentar, trata-se de «políticas minimalistas para estancar a crise das dívidas soberanas do espaço europeu» e que «agravam as dificuldades políticas de construção europeia».

O que, vincou, é «absolutamente assustador para o processo de construção europeia dos últimos 50 anos».

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel, concordaram hoje em propor um novo tratado europeu - englobando os 27 Estados-Membros da União Europeia ou os 17 países da Zona Euro - e sanções automáticas para os países cujo défice ultrapasse três por cento do produto interno bruto.

Para o Bloco de Esquerda, são «medidas autoritárias e restritivas», impostas «no momento em que toda a Zona Euro está a ser sujeita a uma grande pressão dos mercados financeiros».

Medidas que, advogou Ana Drago, «propõem a manutenção da austeridade», que «tem conduzido a recessões profundas no espaço europeu».

Os bloquistas entendem, como alternativa, que o Banco Central Europeu, cuja independência é defendida pela dupla Sarkozy-Merkel, deverá «apoiar as economias» mais debilitadas do espaço europeu, comprando a dívida pública no mercado primário.

«Precisamos de eurobonds [títulos de dívida europeus, que Merkel e Sarkozy rejeitam] e de programas de crescimento da economia», frisou Ana Drago.

A deputada criticou ainda o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, pelo que disse ser a sua «absoluta subserviência» à chanceler alemã.

França e Alemanha dispostas a liquidar os fracos...

SERKEL & MERKOZY

França e Alemanha chegaram a acordo esta segunda-feira numa série de reformas para combater a crise da Zona Euro, que serão apresentadas ao presidente do Conselho Europeu, anunciaram o presidente francês e a chanceler alemã após uma reunião de duas horas.

«O acordo franco-alemão é muito completo. Será redigido e apresentado a Herman Von Rompuy esta quarta-feira», garantiu o presidente francês ao início desta tarde, em conferência de imprensa conjunta que está a fazer as bolsas mundiais brilhar.

«Queremos ter a garantia de que os desequilíbrios [nacionais] que levaram a esta situação na Zona Euro não acontecerão de novo», afirmou ainda Nicolas Sarkozy. «Por isso, queremos um novo tratado, que deixe claro aos 27 países da União Europeia e aos membros da Zona Euro que as coisas não podem continuar como estão agora».

Sarkozy avançou que a nova proposta inclui a modificação do actual tratado europeu, e que idealmente este irá abranger os 27 Estados-membros, mas o eixo franco-alemão está preparado para delinear um tratado que inclua apenas os 17 da moeda única.

O tratado irá incluir automaticamente sanções para os estados que falhem a meta dos 3% da meta do défice, assim como uma regra de ouro para os países do Euro», alterações que Sarkozy espera ver discutidas até Março.

Da conferência conjunta ficou ainda a garantia de que os défices dos países do euro serão controlados ferreamente e que por isso é «necessário regras mais apertadas» e mesmo «alterações estruturais», sublinhou Merkel. Contudo a chanceler alemã asseverou que o Tribunal de Justiça Europeu não irá sobrepor-se à soberania nacional de cada país, mas irá vigiar «regra de ouro».

Quinta e sexta-feira, o eixo franco-alemão irá «recolher a «sensibilidade» dos restantes países da Zona Euro, na cimeira que está já marcada, explicou o presidente francês, mas a chanceler está convicta de que o plano terá a aceitação de todos os Estados-membros. Mais: ambos esperam que as decisões do novo tratado fiquem já delineadas neste encontro, em Bruxelas.

Sobre as euro-obrigações, Sarkozy afirmou que eles não são «em caso algum uma solução para a crise» e acrescentou que Paris e Berlim estão «de acordo» neste ponto. «A Alemanha e a França estão completamente de acordo ao dizer que os eurobonds não são em caso algum uma solução para a crise. Como vamos convencer os outros a fazer os esforços que estamos a tentar fazer se começamos por mutualizar as dívidas? Nada disso faz sentido», disse o presidente francês.

Paris e Berlim acordaram igualmente na necessidade de realizar uma cimeira da Zona Euro «todos os meses» enquanto durar a crise, cimeiras que devem ter «uma agenda precisa» com temas como «o direito ao trabalho» ou o «desenvolvimento de infraestruturas».

O presidente francês afirmou também que a França e a Alemanha querem que o fundo de ajuda permanente entre em vigor em 2012 e não em 2013, como previsto até agora, e que as decisões sejam tomadas por maioria em vez de unanimidade.

As decisões no seio do futuro Mecanismo Europeu de Estabilidade devem ser tomadas por maioria qualificada representando 85 por cento das contribuições dos Estados para esse fundo.

Questionado pelos jornalistas sobre o haircut grego, Angela Merkel foi clara ao afirmar que não haverá outro caso como o de Atenas: «Foi um caso muito específico e particular». «O nosso trabalho é corrigir os erros do passado», disse ainda a chanceler, apontando a «amizade franco-alemã como