Crise da União €uropeia: A Grécia aproxima-se da Russia

A Grécia foi convidada pela Rússia a aderir ao BRICS New Development Bank (NDB), a instituição que se centrará no investimento nas economias em desenvolvimento. A informação é veiculada pelo Russia Today, que cita informação oficial do Syriza, partido do governo grego.

Com um capital de 100 mil milhões de dólares (89.500 milhões de euros) e uma linha de ‘swap’ de outro tanto, que funciona formalmente como uma reserva de contingência, do NDB espera-se um aprofundamento da influência das economias emergentes face aos clássicos centros de poder financeiro ocidentais, Banco Mundial e FMI.

Numa conversa telefónica entre o ministro das Finanças da Rússia, Sergey Storchak, e o líder do governo grego, a posição de Putin foi transmitida, indica o sítio da internet do partido Syriza. Tsipras indicou ao interlocutor russo, representante no BRICS Bank, o interesse da Grécia na oferta, e prometeu “examiná-la cuidadosamente”. Tanto que Tsipras discutirá o assunto no Fórum Económico Internacional 2015, a realizar em São Petersburgo.

A sigla BRICS, na qual o “S” de South Africa (África do Sul) se juntou aos inicialmente baptizados BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), poderá, numa gíria livre, tornar-se algo como GBRICS, se a Grécia se tornar a sexta economia no novo banco de investimento do grupo de países.

A instituição, ratificada por Putin em Março, deverá começar a funcionar no final deste ano, com sede em Xangai, e financiar projectos de infra-estruturas nos BRICS e outros países em desenvolvimento.

O convite russo tem um elevado simbolismo, por se tratar do país que muitos consideram o eventual plano B da Grécia em caso de saída do euro. A aceitação de análise por Tsipras é igualmente importante, pelo que indicia de aproximação de interesses entre este país da UE e aquele que tem afrontado os líderes europeus na Ucrânia. O primeiro-ministro helénico e o presidente russo já acordaram outros planos conjuntos em Abril, designadamente a participação no projecto que levará gás da Rússia à Europa via Turquia e Grécia.

Jornal Corporativo - Rio de Janeiro