3.8.20

JoanMira : "E depois" - Texto

Afficher l’image source


Ao sol posto aconteceu a dor
Veio a lua anunciando o céu
Minhas lagrimas eram véu
Derramando o sentimento
E veio a noite sem o meu amor
Céu fechado lua e estrelas
Convidando ao infinito

Mas qual vontade ?
O som do vazio nada me deixava

Penso naquele ser que foi, oiço
Por instantes a sua voz tão pura :
«Vem acudir-me »
Mas impotente desespero também
Lutava por ela e por mim sem poder
Acariciar a sua inelutavel agonia. 

Cruel realidade. O acaso não existe
Assim era o meu suplicio, doente
Lutava por ela e por mim. 

E sofria em silêncio como um « homem »
Chorava às escondidas como um « valentão » 

Desesperava de Deus como mau cristão 
E remetia-me à simples condição de
Implorar piedade sem nada compreender  

Senhor das furnas, rezar para quê ?
A escuridão ilumina todo quem ora
Ora, meu espirito recomenda bondade e 

Pouca submissão ; nem a Deus nem a
Ninguém.

Penso ser de um natural bondoso, por isso
Nem preciso de me vingar. Alias vingar em
Quem ? 

Deus da religião não existe ; quem dirige então as
Ovelhas !

Deve-se o mundo ao Criador
Que, como sabemos, não julga, não castiga, nem
Recompensa.

Pratique o bem para si proprio no objetivo de a
Humanidade criar seres menos imperfeitos.

Volto à minha Julia ; que injustiça tremenda !
Mas olho o céu e apenas vejo bondade ; não
Compreendo...

03-08-2020
JoanMira