Ao sol posto aconteceu a dor
Veio a lua anunciando o céu
Minhas lagrimas eram véu
Derramando o sentimento
E veio a noite sem o meu amor
Céu fechado lua e estrelas
Convidando ao infinito
Mas qual vontade ?
O som do vazio nada me deixava
Penso naquele ser que foi, oiço
Por instantes a sua voz tão pura :
«Vem acudir-me »
Mas impotente desespero também
Lutava por ela e por mim sem poder
Acariciar a sua inelutavel agonia.
Cruel realidade. O acaso não existe
Assim era o meu suplicio, doente
Lutava por ela e por mim.
E sofria em silêncio como um « homem »
Chorava às escondidas como um « valentão »
Desesperava de Deus como mau cristão
E remetia-me à simples condição de
Implorar piedade sem nada compreender
Senhor das furnas, rezar para quê ?
A escuridão ilumina todo quem ora
Ora, meu espirito recomenda bondade e
Pouca submissão ; nem a Deus nem a
Ninguém.
Penso ser de um natural bondoso, por isso
Nem preciso de me vingar. Alias vingar em
Quem ?
Deus da religião não existe ; quem dirige então as
Ovelhas !
Deve-se o mundo ao Criador
Que, como sabemos, não julga, não castiga, nem
Recompensa.
Pratique o bem para si proprio no objetivo de a
Humanidade criar seres menos imperfeitos.
Volto à minha Julia ; que injustiça tremenda !
Mas olho o céu e apenas vejo bondade ; não
Compreendo...
03-08-2020
JoanMira