6.12.12

Texto - A chegada ao Rio e o primeiro encontro com o "Cara" do Corcovado



Já experimentou ir trabalhar para um pais longínquo, em qualquer parte do mundo, a milhares de quilómetros da sua base? 

E chegar a um sitio alheio à vida que durante décadas foi a sua? Não em qualquer de “far niente”, despreocupado, curtindo o desfasamento, mas sim para trabalhar!
Eis o que me aconteceu numa experiência muito condensada.
Viaja-se de noite – porque é mais barato  – e chega-se, no dia seguinte, com seis horas de vida a menos e sono perdido, oriundo do frio polar ao forno, em estado quase moribundo; os agasalhos da velha Europa começam a irritar o corpo e a alma; saindo do avião bem climatizado depara-se com um violento sopro térmico que, instantaneamente faz sentir quanto a sua vida era amena; A insuportável baforada faz-vos pensar no Inferno descrito nos livros e lamentar todos os graus negativos do passado...
Vai-se para um hotel arrastando malas que pesam os litros de suor que nem os "chopps" nem a caipirinha lhe vão permitir de recuperar.
Pelo corpo escorrega, o liquido calorento sinonimo do  desconforto total... Felizmente, o ar condicionado existe no albuergue aligeirando a carga fisico-psicologica… 

Descansa-se um dia e, logo a seguir, “devoir oblige” chega-se, “naturalmente”, ao emprego.
E então, com muito custo e imensa pouca vontade, entra-se  no local de trabalho, num clima de terrorismo, ou guerra civil entre colegas exasperados por não lhe darem a razão que, legitimamente, pensam ter. 

A guerra é sem tréguas; "és por mim ou contra mim!". 

Tenta-se compreender o porquê do conflito tentando não tomar partido, mas é muito complicado! As hostes estão ao rubro…
É-se nomeado responsável pelos recursos humanos e decisões em consequência.

Claro que a situação não se torna em nada menos explosiva. Dirigir pessoas sem conhecer todas as magoas do passado, detentores cada qual com ou sem razão da sua verdade, é complicado para quem dirige.

Mas, o juizo tendo de ser feito, optamos por ouvir e dar atenção a todos os intervenientes sem excepção. Tendo consciência que certos prevaricadores se riem à socapa por detraz de cinicas mascaras. 
Mas o que apraz, em suma, guardar do Rio de Janeiro é as amizades que là se criam. Quantas saudades dos amigos Tereza, Zé Carlos, Paula, Roberta, Ricardo, Valdeir, Denise, Francisca, Leila, Wagner, Giani, Rodrigo, Ricardo, (desculpem mas o valor da amizade não se encontra por qualquer tipo de ordem). Em suma, da minha experiência da vida no Rio de Janeiro guardo as mais gratas recordacões. 
Mais, sendo ateu assumido, tivemos a oportunidade, no Rio, de travar conhecimento, aos fins da tarde, com um amigo extraordinario, especialista em acolher “gringos” na situacão de isolamento, ajudando-os a superar um carrão de complicacões.

No que nos respeita passamos muita parte do meu tempo a tirar-lhe fotografias e também em dialogo que, por vezes, teve o seu certo interesse. 

Amigo do Corcovado, desculpa não ter respondido à tua ultima carta. 

Imperdoavel?! Como assim?!! Tu sabes que és a minha luz, o meu caminho... Estou a escrever-te para muito em breve te dar boas noticias de Franca.

Até muito breve Cara!


Bordeaux, 25 de agosto de 2015


JoanMira

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